Rev. bras. educ. méd; 45 (3), 2021
Publication year: 2021
Abstract:
Introduction: Given the high prevalence of polypharmacy patients, it is paramount that they be handled with an effective therapeutic alliance and with safe and feasible treatments. Empathy towards the patient is essential, and the lack of prescriber experience may hamper such bond. Objectives:
This study simulates a polypharmacy regimen among medical students, aiming to promote reflections about the daily challenges faced by patients. Methods:
It is a prospective study in a single, non-blind group. The participants were medical students and residents from our institution, all of whom followed a 7-day placebo prescription. They answered questionnaires on their perceptions of medication adherence and concordance before and after the simulation. Results:
twenty-eight volunteers participated, 27 of which (96.4%) forgot to take at least one pill during the experiment. Among the lower undergraduates, 28.57% interrupted at least one medication. As for the higher undergraduates and residents, this happened with 71.43% of them. There were more adherence failures than predicted by the participants themselves. In realistic dosages, levothyroxine, angiotensin-converting enzyme inhibitors and metformin were the drugs reported to be the most difficult. 96% of the volunteers strongly agreed that doctor and patient's agreement regarding the treatment correlates with good adherence. Conclusion:
Understanding the factors that affect adherence and how to handle them is essential for a doctor, as well as a good bond with the patient. The teaching of these abilities is very necessary. Further studies are needed to reach more undergraduate students and to highlight the relevance of simulations in the medical education setting.
Resumo:
Introdução: Com a prevalência de pacientes polimedicados, é essencial que estes sejam manejados com aliança terapêutica efetiva e tratamentos factíveis e seguros. A empatia com o paciente é indispensável, e a falta de experiência dos prescritores pode impedir esse vínculo. Objetivo:
O presente estudo simula um regime polimedicamentoso com acadêmicos de Medicina, para promover reflexões sobre as dificuldades vivenciadas pelos pacientes. Método:
É estudo prospectivo em grupo único e não cego. Participaram estudantes de Medicina dos semestres 5 a 7, internos e residentes da nossa instituição, que seguiram regime placebo por sete dias. Antes e depois do período, os voluntários responderam a questionários de percepções sobre aderência medicamentosa e concordância terapêutica. Resultado:
Participaram 28 voluntários, dos quais 27 (96,4%) esqueceram-se de utilizar pelo menos uma medicação durante o período. Dos graduandos, 28,57% referiram interrupção do uso de pelo menos uma. Do grupo de internos e residentes, essa porcentagem foi de 71,43%. Houve mais perdas de dose do que o previsto pelos participantes. Seguindo posologias realistas, levotiroxina sódica, inibidor de enzima conversora da angiotensina e metformina foram os fármacos referidos como de maior dificuldade. Do total de participantes, 96% afirmaram com veemência que o tratamento acordado entre médico e paciente deve se correlacionar com a boa aderência terapêutica. Conclusão:
A compreensão sobre os fatores que influenciam na aderência e em seus manejos é indispensável na capacitação do médico, bem como o bom vínculo entre médico e paciente. O ensino dessas habilidades é necessário. São necessários estudos adicionais, a fim de alcançar mais graduandos e ressaltar a relevância de simulações no ensino médico.