Encefalopatia reversível induzida por contraste após embolização com espiras por epistaxe
Reversible contrast-induced encephalopathy after coil embolization of epistaxis
Rev. bras. ter. intensiva; 33 (2), 2021
Publication year: 2021
RESUMO Uma mulher com 37 anos de idade, gestante de 35 semanas, foi admitida em um hospital local em razão de epistaxe grave, que resultou em choque e em necessidade de realização de cesárea emergencial. Após falha do tamponamento para controlar a hemorragia, decidiu-se por tratamento angiográfico. Após o procedimento, ela foi admitida à unidade de terapia intensiva neurocrítica, encontrando-se confusa e agitada, com necessidade de sedação e intubação orotraqueal. Na unidade de terapia intensiva, as investigações incluíram exames de ressonância magnética, punção lombar com painel viral, eletroencefalograma, testes para autoimunidade e avaliações hidroeletrolítica e metabólica. O exame de ressonância magnética mostrou área puntiforme restrita na corona radiata esquerda nas sequências de imagens pesadas em difusão, além de leve edema cortical posterior (sem restrição à difusão), e o eletroencefalograma mostrou atividade lenta difusa moderada, atividade frontoparietal lenta e escassos componentes paroxísticos associados no hemisfério esquerdo. Outros exames não mostraram alterações relevantes. Por causa da relação temporal e da história clínica, assim como imagens de ressonância magnética, formulou-se o diagnóstico de encefalopatia induzida por contraste. A sedação foi retirada após 2 dias na unidade de terapia intensiva, e a paciente foi extubada, verificando-se completa recuperação neurológica dentro das 24 horas seguintes.
ABSTRACT A 37-year-old woman (35 weeks pregnant) was admitted to a local hospital due to severe epistaxis resulting in shock and the need for emergency cesarean section. After failure to tamponade the bleeding, angiographic treatment was provided. After the procedure, she was admitted to the neurocritical intensive care unit and was confused and agitated, requiring sedation and endotracheal intubation. In the intensive care unit, diagnostic investigations included brain magnetic resonance imaging, lumbar puncture with viral panel, electroencephalogram, tests for autoimmunity, and hydroelectrolytic and metabolic evaluations. Magnetic resonance imaging showed a puntiform restricted diffusion area on the left corona radiata on diffusion weighted imaging and mild cortical posterior edema (without restricted diffusion), and an electroencephalogram showed moderate diffuse slow activity and fronto-temporal slow activity of the left hemisphere with associated scarce paroxysmal components. The other exams did not show any relevant alterations. Due to the temporal relationship, the clinical history and the magnetic resonance imaging results, a diagnosis of contrast-induced encephalopathy was made. After 2 days in the intensive care unit, sedation was withdrawn, the patient was extubated, and total neurological recovery was verified within the next 24 hours.