A família na história das políticas de atenção em saúde mental: um estudo documental
The family in the history of mental health care polices: a documentary study
Familia en la historia de las políticas de cuidado de la salud mental: un estudio documental
Estud. Interdiscip. Psicol; 10 (3,Supl 1), 2019
Publication year: 2019
Neste artigo é feito o delineamento e problematização da instituição familiar como
coadjuvante dos processos de cuidado do sujeito em sofrimento psíquico. Tal percurso
foi realizado a partir da cartografia de legislações brasileiras que trataram diretamente
da assistência e da atenção em saúde e em saúde mental, políticas que consideramos
como produtos e produtores de agenciamentos sociais, políticos e científicos,
configurando discursos postos como verdades naqueles momentos. Os documentos
discutidos foram a primeira legislação brasileira de assistência psiquiátrica de 1903,
um segundo decreto de 1934 e a Lei da Reforma Psiquiátrica de 2001. Concomitante,
foi realizada uma revisão sobre estudos que articularam família e atenção em saúde
mental. Ao final, indicamos que a noção de família está presente na história das
políticas de atenção em saúde mental, mas com posições e funções jurídicas e
terapêuticas distintas, dependendo do contexto histórico considerado, sendo
atravessada por vieses de gênero, raça e características socioeconômicas. Além disso,
notamos que o chamado e a presença da família na assistência e no cuidado com o
sujeito em sofrimento psíquico assumiram formas coincidentes ou aproximadas com as
transformações que a própria instituição familiar vivenciou nas últimas décadas (AU).
In this article the delineation and problematization of the family institution is done as
supporting the care processes of the subject in psychological distress. This course was
based on the cartography of Brazilian legislation that dealt directly with health and
mental health care and attention, policies that we consider as products and producers
of social, political and scientific agencies, configuring discourses as truths in those
moments. The documents discussed were the first Brazilian psychiatric care legislation
of 1903, a second decree of 1934 and the Psychiatric Reform Law of 2001. At the
same time, a review was conducted on studies that linked family and mental health
care. In the end, we indicate that the notion of family is present in the history of
mental health care policies, but with different legal and therapeutic positions and
functions, depending on the historical context considered, being crossed by biases of
gender, race and socioeconomic characteristics. In addition, we note that the call and
the presence of the family in the care and care of the subject in psychological distress
took on forms coincident or approximate with the transformations that the family
institution itself has experienced in recent decades (AU).
En este artículo, la delimitación y problematización de la institución familiar se realiza
como apoyo a los procesos de atención del sujeto en angustia psicológica. Este curso
se basó en la cartografía de las legislaciones brasileñas que trataban directamente con
la atención y atención de salud y salud mental, políticas que consideramos como
productos y productores de agencias sociales, políticas y científicas, configurando
discursos como verdades en esos momentos. Los documentos discutidos fueron la
primera legislación brasileña de atención psiquiátrica de 1903, un segundo decreto de
1934 y la Ley de reforma psiquiátrica de 2001. Al mismo tiempo, se realizó una
revisión de estudios que vinculaban la atención de la salud familiar y mental. Al final,
indicamos que la noción de familia está presente en la historia de las políticas de
atención de salud mental, pero con diferentes posiciones y funciones legales y
terapéuticas, dependiendo del contexto histórico considerado, atravesadas por sesgos
de género, raza y características socio-económicas. Además, observamos que el
llamado y la presencia de la familia en el cuidado y el cuidado del sujeto en angustia
psicológica tomó formas coincidentes o aproximadas con las transformaciones que la
institución familiar misma ha experimentado en las últimas décadas (AU).