Rev. méd. Minas Gerais; 31 (), 2021
Publication year: 2021
Introdução:
O internato em Ginecologia e ObstetrÃcia é uma
obrigatoriedade prevista nas Diretrizes Curriculares para o Curso de
Medicina (DCN). O enfoque sobre a Saúde da Mulher passou por
mudanças ao reconhecer necessidades e direitos das mulheres em seus
diversos contextos além da saúde reprodutiva. O movimento pelo parto
humanizado e outras lutas feministas apontam nessa direção, o que requer
revisões do ensino sobre a saúde das mulheres. Objetivos:
Diante de
poucos estudos sobre este ensino nas graduações médicas, investigou-se
a estruturação curricular em seus objetivos de aprendizagem, cenários de
prática, conteúdos, habilidades, competências e metodologias de ensino.
Métodos:
Análise documental de três universidades públicas mineiras.
Os documentos analisados foram os Projetos Pedagógicos e os Planos
de Ensino do Internato em Ginecologia e ObstetrÃcia vigentes em três
escolas médicas de Minas Gerais. Tendo como referência às últimas DCN
para o Curso de Graduação em Medicina de 2014. Resultados:
A análise
orientou-se pela formação de médicos generalistas, pelos modelos de
assistência e paradigmas de ensino presentes nos internatos de Ginecologia
e ObstetrÃcia. Nota-se que o ensino da saúde da mulher, além de priorizar a
gestante e o parto, a própria nomeação do internato alude à especialização.
Ainda que as propostas tragam aspectos do cuidado integral às mulheres,
a lógica hospitalocêntrica-assistencial, de especialidades e da abordagem
biomédica predominam nos currÃculos estudados. Conclusão:
Nota-se
pouca apreensão dos modelos de educação e de atenção em saúde que
estão em disputas nos currÃculos e outros tensionamentos no ensino do
cuidado à saúde integral das mulheres.
Introduction:
Gynecology and Obstetrics internship is a requirement
provided for in the Curricular Guidelines for the Medical Course (DCN
in Portuguese). The focus on Women's Health has undergone changes
in order to recognize women's needs and rights in their diverse contexts
beyond reproductive health. The movement for humanized childbirth and
other feminist struggles point in this direction, which requires revisions of
teaching about women's health. Objectives:
Due to the few studies about
this, the curriculum structure was investigated in its learning objectives,
practice scenarios, content, skills, competences and teaching methodologies.
Methods:
Documentary analysis of three public universities from Minas
Gerais. The documents analyzed were the Pedagogical Projects and the
Teaching Plans of the Internship in Gynecology and Obstetrics from three
medical schools in Minas Gerais, using as reference the latest DCN for the
Graduate Course in Medicine in 2014. Results:
The analysis were guided by
the training of general practitioners, by the assistance models and teaching
paradigms present in the gynecology and obstetrics boarding schools.
Teaching women's health during the internship prioritizes pregnant women
and childbirth, and their title itself alludes to specialization. Although the
proposals bring aspects of comprehensive care to women, the hospitalcentered care logic, specialties and the biomedical approach predominate
in the curricula studied. Conclusion:
There is little apprehension of the
models of education and health care that are in dispute in the curricula and
other tension in the teaching of comprehensive health care for women.