Deformação miocárdica (strain) e fibrose miocárdica na forma cardíaca leve da Doença de Chagas
Myocardial deformation (strain) and myocardial fibrosis in mild cardiac Chagas Disease
ABC., imagem cardiovasc; 34 (3), 2021
Publication year: 2021
Fundamento:
A identificação precoce do dano miocárdico parece ser importante na abordagem do paciente com doença de Chagas. A ecocardiografia com strain obtida por speckle tracking e a avaliação da fibrose miocárdica por meio da ressonância magnética cardíaca podem ser métodos diagnósticos promissores nesse sentido.Objetivo:
Avaliar o acometimento miocárdico especificamente na forma crônica cardíaca leve da doença de Chagas por meio do strain por speckle tracking e da fibrose miocárdica pela ressonância magnética cardíaca, além de suas correlações.Método:
Estudo de corte transversal que analisou portadores da forma cardíaca crônica leve da doença de Chagas (fração de ejeção preservada) submetidos à ecocardiografia com strain por speckle tracking e à ressonância magnética cardíaca.Resultados:
Foram incluídos 21 participantes (mulheres: 62%; idade: 54 ± 5 anos). A prevalência de fibrose miocárdica por meio do realce tardio miocárdico foi de 50%. O strain longitudinal global encontrava-se diminuído em 17 pacientes (81%), com mediana de 14,1% (intervalo interquartil de 12,1 a 16,3). Os valores do mapa T1 encontravam-se, em média, elevados nos portadores de doença de Chagas (993 ± 163 ms). O mapa T1 foi significativamente correlacionado com o strain longitudinal global (r= 0,634; p = 0,015). Além disso, o índice de dispersão mecânica, obtido por strain, estava aumentado (> 55 ms) em 84%, com a maior área sob a curva Característica de Operação do Receptor (área sob a curva de 0,696; intervalo de confiança de 95% de 0,412-0,981) para discriminação de fibrose pelo realce tardio miocárdico.Conclusão:
O strain miocárdico e o mapa T1 se comportam como marcadores precoces do dano miocárdico na cardiopatia chagásica crônica leve. O índice de dispersão mecânica estava elevado e foi o parâmetro que melhor se correlacionou com o realce tardio miocárdico. (AU)Background:
The early identification of myocardial damage seems important in the management of patients with Chagas disease. However, it is unknown whether speckle tracking echocardiography strain and cardiac magnetic resonance imaging are promising methods for assessing myocardial involvement and fibrosis, respectively.Objective:
To evaluate myocardial involvement in the mild chronic cardiac form of Chagas disease using speckle tracking strain and myocardial fibrosis by cardiac magnetic resonance and assess their correlations.Method:
This cross-sectional study analyzed patients with the mild chronic cardiac form of Chagas disease (preserved ejection fraction) using speckle tracking echocardiography and cardiac magnetic resonance.Results:
The study included 21 participants (women: 62%; age: 54 ± 5 years). The prevalence of myocardial fibrosis was 50% on delayed myocardial enhancement. The median global longitudinal strain was decreased (14.1%; interquartile range, 12.1–16.3%) in 17 patients (81%). The mean T1 mapping value was high in patients with Chagas disease (993 ± 163 ms). The T1 map was significantly correlated with the global longitudinal strain (r = 0.634; p = 0.015). In addition, the mechanical dispersion index obtained by strain was increased (>55 ms) by 84%, with the largest area under the receiver operating characteristic curve (area under the curve, 0.696; 95% confidence interval, 0.412–0.981) for fibrosis discrimination by delayed myocardial enhancement.Conclusion:
Myocardial strain and T1 mapping are early markers of myocardial damage in mild chronic Chagas heart disease. The mechanical dispersion index was high and the most closely correlated with delayed myocardial enhancement. (AU)
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