Sci. med. (Porto Alegre, Online); 31 (1), 2021
Publication year: 2021
Objetivo:
traçar o perfil epidemiológico dos casos de toxoplasmose gestacional e congênita notificados na cidade de Santa Maria – RS, decorrentes do surto ocorrido no ano de 2018 e investigar a associação entre as variáveis maternas e o diagnóstico do bebê. Método:
foram avaliados retrospectivamente os casos notificados entre o período de março de 2018 a março de 2019. O diagnóstico do bebê e variáveis maternas foram analisados através de estatística descritiva e teste qui-quadrado. Resultados:
Durante o período do estudo, foram notificados 206 casos de toxoplasmose gestacional, dos quais 74 foram confirmados como infecção recente. A transmissão vertical foi confirmada em 27% dos casos. Houve maior freqüência de transmissão em gestantes que tiveram o diagnóstico no terceiro trimestre de gestação (p=0,001) e que não realizaram tratamento durante a gestação (p<0,001). Conclusão:
A ocorrência da toxoplasmose congênita está associada ao diagnóstico tardio, no último trimestre da gestação, e consequente falta do tratamento adequado. Ainda, houve uma alta prevalência de crianças infectadas por transmissão vertical decorrentes do surto, o que reforça a importância de um acompanhamento pré-natal e a atenção à necessidade da realização do tratamento e cuidado adequados no decorrer do desenvolvimento das crianças infectadas.
Objective:
To trace the epidemiological profile of cases of gestational and congenital toxoplasmosis reported in the city of Santa Maria - RS, resulting from the outbreak that occurred in 2018 and to investigate the association between maternal variables and the baby’s diagnosis. Method:
Cases reported between March 2018 and March 2019 were retrospectively evaluated. The baby’s diagnosis and maternal variables were analyzed using descriptive statistics and chi-square test. Results:
During the study period, 206 cases of gestational toxoplasmosis were reported, of which 74 were confirmed as a recent infection. Vertical transmission was confirmed in 27% of cases. There was a higher frequency of transmission in pregnant women who were diagnosed in the third trimester of pregnancy (p = 0.001) and who did not undergo treatment during pregnancy (p <0.001). Conclusion:
The occurrence of congenital toxoplasmosis is associated with late diagnosis, in the last trimester of pregnancy, and consequent lack of adequate treatment. In addition, there was a high prevalence of children infected by vertical transmission due to the outbreak, which reinforces the importance of prenatal care and attention to the need for adequate treatment and care during the development of infected children.