Rev. Ciênc. Méd. Biol. (Impr.); 16 (3), 2017
Publication year: 2017
Introdução:
em setembro de 2015, após um surto de zika vírus, observou-se um aumento anormal no número de bebês nascidos com microcefalia no Brasil em áreas afetadas por esse vírus. Com uma propagação rápida, a incidência de microcefalia aumentou em
vinte vezes quando comparada a de anos anteriores. Objetivo:
verificar o índice de falha na triagem auditiva de crianças expostas ao zika vírus durante a gestação procedentes da capital e interior do estado da Bahia. Metodologia:
trata-se de um estudo transversal,
descritivo, com abordagem quantitativa. A população-alvo foi constituída de crianças nascidas entre abril de 2015 a dezembro de 016, encaminhadas para o ambulatório de confirmação de microcefalia relacionada ao zika vírus, no Complexo Hospitalar Professor
Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia. Foram incluídas crianças com suspeita de síndrome congênita do zika vírus, com ou sem microcefalia, nascidas de mães com infecção por zika vírus confirmada por sorologia durante a gravidez ou com rash cutâneo
autorreferido. Os testes de triagem realizados foram emissões otoacústicas por transientes (EOAt) e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) nas intensidades de 80/30 dB. Considerou-se “passa” quando a criança obteve respostas adequadas nos
dois testes. Resultados:
foram revisados os dados de 76 crianças. A idade média de realização dos testes foi de 101±86 dias, e 65,8% delas eram do sexo feminino. A prevalência de falha nas emissões otoacústicas foi 6,6%, considerando teste e reteste. No PEATE, todas obtiveram condução nervosa com latências absolutas e intervalos interpicos adequados à idade e nível mínimo de resposta com amplitude clara em 30dBNA. Conclusão:
a prevalência de falha na triagem auditiva foi de 6,6% considerando teste e reteste. Os resultados sugerem uma provável alteração condutiva entre os que falharam nas EOAt, visto que tinham presença de resposta eletrofisiológica a 30dBNA e latências absolutas dentro da normalidade na pesquisa da condução nervosa no PEATE. Os dados
disponíveis não permitem confirmar a natureza da alteração nem estimar a acuidade auditiva com precisão.
Introduction:
in September 2015, after an outbreak of zika virus, there was an abnormal increase in the number of babies born with microcephaly in areas affected by the virus in Brasil. With a rapid spread, the incidence of microcephaly increased by twenty times
compared to previous years. Objective:
to check the rate of failure in the hearing screening of children exposed to zika virus during pregnancy from the capital and interior of Bahia. Methodology:
cross-sectional study, descriptive with quantitative approach. The
target population was children, born between April 2015 and December 2016, referred to the outpatient clinic for microcephaly related to zika virus from the Hospital Edgar Santos Complex of the Federal University of Bahia. Children with suspected congenital zika virus
syndrome, with or without microcephaly, born to mothers with a virus-confirmed zika virus infection during pregnancy or with selfreported skin rash were included. The screening tests performed were transient Otoacoustic Emissions (OEAt) and Brainstem Auditory
Evoked Potentials (BAEP) at intensities of 80/30 dB. It was considered “pass” when the child obtained adequate answers in both tests. Results:
data from 76 children were reviewed. The mean age of the tests was 101 ± 86 days, 65.8% were female. The prevalence
of failure in otoacoustic emissions was 6.6%, considering test and retest. In the PEATE, all of them obtained nerve conduction with absolute latencies and age-appropriate interpeak intervals and minimal level with clear amplitude response at 30dBNA. Conclusion:
the prevalence of hearing screening failure was 6.6% considering test and retest. The results suggest a probable conductive alteration among those who failed in the OEAt, since they had electrophysiological response at 30dBNA and absolute latencies within normality
in the search for nerve conduction in the BAEP. The available data do not allow us to confirm the nature of the change or accurately estimate auditory acuity.