Rev. Ciênc. Méd. Biol. (Impr.); 16 (3), 2017
Publication year: 2017
Objetivo:
conhecer os hábitos alimentares e as condições socioeconômicas de crianças com diabetes melito tipo 1 (DM1) e as possíveis diferenças entre as que residem na capital e as do interior do estado da Bahia. Metodologia:
estudo de corte transversal realizado entre abril e agosto de 2013, nos Serviços de Endocrinologia Pediátrica de dois hospitais públicos universitários de Salvador, Bahia. As condições socioeconômicas foram obtidas por meio do Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB) e as características sociodemográficas e os hábitos alimentares foram mensurados por um questionário estruturado para pesquisa. Estas variáveis foram comparadas aos resultados da hemoglobina glicada (HbA1c). Resultados:
participaram do estudo 68 crianças portadoras de DM1, das quais a maioria 36 (52,9%) residiam no interior do estado e 32 (47,1%) são oriundas de Salvador. Quando comparado o controle glicêmico, com base na localidade, constata-se no grupo residente em Salvador um maior número de crianças (9) com valores de HbA1c dentro dos parâmetros adequados (13,2%), já no grupo de crianças residentes no interior da Bahia o controle glicêmico dentro das condições estabelecidas pela ADA foi percebido apenas em 4 (5,9%) participantes. Discussão:
a residência nas cidades do interior da Bahia, baixo nível de escolaridade e hábitos alimentares precários, foi predominante em relação a capital, pode ser relacionado à falta de serviços públicos especializados nessas localidades. Razões para explicar o mau controle glicêmico em crianças residentes em Salvador, bem como no interior da Bahia, fundamenta-se na realidade que manter níveis mais baixos de HbA1c é uma dificuldade persistente, mesmo para centros de referência. Conclusão:
hábitos alimentares e condições socioeconômicas dos participantes do estudo mostraram associação negativa com resultados de HbA1c, o que confirma a importância destas variáveis como preditores do controle glicêmico. Os resultados apresentados servem como subsídios para uma reflexão sobre as políticas e práticas implementadas
no estado acerca da alimentação e condições socioeconômicas que assegurem melhores condições de atenção e cuidado para essas crianças, contribuindo assim para um melhor controle glicêmico nessa população.
Objective:
Knowing the eating habits and socioeconomic conditions of children with type 1 diabetes mellitus (DM1) and possible differences between those living in the capital and those in the interior of the state of Bahia. Methodology:
A cross-sectional study
carried out between April and August 2013 at the Pediatric Endocrinology Services of two public university hospitals in Salvador, Bahia. Socioeconomic conditions were obtained through the Brazilian Economic Classification Criteria (CCEB) and the sociodemographic
characteristics and eating habits were measured by a questionnaire structured for research. These variables were compared to the results of glycated hemoglobin (HbA1c). Results:
68 children with DM1 participated in the study, of those 36 (52.9%) lived in the interior
of the state and 32 (47.1%) came from Salvador. When comparing the glycemic control, based on the locality, a greater number of children (9) with HbA1c values within the appropriate parameters were found in the resident group in Salvador (13.2%), and in the
group of children living in the interior of Bahia, the glycemic control under the conditions established by the ADA was perceived only in 4 (5.9%) participants. Discussion:
Residence in the cities of the interior of Bahia, low level of schooling and precarious eating habits,
was predominant in relation to the capital, can be related to the lack of specialized public services in these localities. Reasons to explain poor glycemic control in children living in Salvador, as well as in the interior of Bahia, is based on the reality that maintaining
lower levels of HbA1c is a persistent difficulty, even for reference centers. Conclusion:
Eating habits and socioeconomic conditions of the study participants showed a negative association with HbA1c results, confirming the importance of these variables as predictors
of glycemic control. The results presented serve as subsidies for a reflection on the policies and practices implemented in the state regarding food and socioeconomic conditions that ensure better attention and care conditions for those children, thus contributing
to a better glycemic control in that population.