O estatuto da autoconservação na primeira teoria pulsional Freudiana
The status of self-conservation on Freud's first instinct theory
El estatuto de la autoconservación em la primeira teoria teoria pulsional Freudiana
Estud. Interdiscip. Psicol; 11 (1), 2020
Publication year: 2020
Este ensaio teórico discorre sobre o estatuto da pulsão de autoconservação no
âmbito da teoria de Freud, com o objetivo de analisar os referenciais organicistas
e funcionalistas como fundamento epistemológico da psicanálise. A teoria das
pulsões sofre transformações substanciais ao longo da obra freudiana, sendo
sujeita a diversas interpretações que, em geral, relegam a um segundo plano ou
mesmo excluem as pulsões de autoconservação do campo da psicanálise.
Apresentam-se os fundamentos dessa teorização nos textos freudianos sobre a
primeira teoria pulsional e a complexidade de sua caracterização, em especial as
questões de sua fonte e sua filiação a funções biológicas, a labilidade de seu
objeto, o seu papel na dinâmica defensiva e no desenvolvimento psicossexual.
Discutem-se as interpretações desse legado a partir de sua dupla filiação:
humanista e naturalista. Conclui-se que essa problemática é um ponto de tensão
importante na caracterização da heterogeneidade epistemológica da psicanálise
como campo de saber (AU).
This theoretical essay discusses the instinct of self-preservation status under
Freud's theory, aiming to analyze the organismic and functionalist references as
an epistemological foundation of psychoanalysis. The instincts theory undergoes
substantial changes during Freud's work, and it was subject to various
interpretations that usually relegate to the background or even exclude the
instincts of self-preservation of the psychoanalysis field. It presents the
foundations of this theorization in the classic Freudian texts on the first drive
theory and the complexity of its characterization, especially the questions of its
source and its affiliation to biological functions, the lability of its object, its role in
the defensive dynamics and in psychosexual development.
It discusses the interpretations of this legacy from its double affiliation:
humanist and naturalistic. It is concluded that this problem is an important point of tension in the characterization of the epistemological heterogeneity of psychoanalysis as a field of knowledge (AU)
Este ensayo teórico analiza el estatus del instinto de conservación dentro de la
teoría de Freud, con el fin de analizar las referencias organicistas y funcionalistas
como una base epistemológica del psicoanálisis. La teoría de los instintos sufre
cambios sustanciales a lo largo de la obra de Freud, se somete a diversas
interpretaciones que, en general, relegan a un segundo nivel o incluso excluyen
las unidades de auto-preservación de campo psicoanalítico. Presenta los
fundamentos de esta teoría en los textos freudianos clásicos en la primera teoría
de los impulsos y la complejidad de la caracterización, especialmente los temas
de su fuente y su afiliación con las funciones biológicas, la labilidad de su objeto,
su papel en la dinámica defensiva y en el desarrollo psicosexual.