Representações sociais do "ser indígena": uma análise a partir do não indígena
Social representations of "being indigenous": an analysis from the non-indigenous
Representaciones sociales de "ser indígena": un análisis de los no indígenas
Psicol. ciênc. prof; 41 (), 2021
Publication year: 2021
Resumo O presente estudo trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa descritiva que teve como objetivo conhecer as representações sociais do "ser indígena", considerando as imagens e significados compartilhados por não indígenas. Como fundamentação, utilizou-se a Teoria das Representações Sociais e referências da antropologia. Em relação ao método, participaram 38 pessoas não indígenas da cidade de Fortaleza, abordadas em locais públicos ou de convivência, que responderam aos seguintes instrumentos: Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), entrevista semiestruturada e questionário sociodemográfico. Para análise das informações coletadas, foram tabelados os dados sociodemográficos e foi realizada uma análise do TALP, considerando a frequência dos termos evocados e a organização do conteúdo em cinco categorias temáticas: sujeito distinto, sujeito primitivo, sujeito de direito, sujeito excluído e sujeito valorizado. Para a análise do corpo textual das entrevistas, utilizou-se o software ATLAS TI, que permitiu, a partir da análise de trechos das entrevistas, a visualização de categorias, a criação de códigos e a elaboração de uma rede semântica, que auxiliou a interpretação dos resultados. As representações acerca do indígena estão ancoradas em um conhecimento prévio que lhe atribui uma condição de sujeito primitivo. A população não indígena, alienada em sua própria cultura, sem contato e experiências com indígenas, reproduz uma violência simbólica e cultural contra esses grupos étnicos. O conhecimento desmistifica os estereótipos e faz com que o indígena possa ser respeitado em sua cultura e, ao mesmo tempo, reconhecido como sujeito de direitos, como qualquer outro cidadão.(AU)
Abstract This is a qualitative descriptive research that aimed to understand the social representations of "being indigenous" from images and meanings shared by non-indigenous people based on the Theory of Social Representations and anthropological references . To this end, the Word-Association Test (WAT), semi-structured interviews, and a sociodemographic questionnaire were applied to 38 non-indigenous people from the city of Fortaleza approached in either public or social settings. Sociodemographic data were tabulated and information collected by the WAT were analyzed considering the frequency of the terms evoked, organized into five thematic categories: distinct subject, primitive subject, subject of law, excluded subject, and valued subject. The ATLAS.ti software was used to analyze excerpts from the interviews, enabling the visualization of categories, the creation of codes, and the development of a semantic network that favored results interpretation. Results indicate that social representations about indigenous people are anchored in a dated knowledge that places these people as primitives. Alienated in their own culture, without contact and experiences with indigenous people, the non-indigenous population reproduces symbolic and cultural violence against these ethnic groups. In this scenario, knowledge functions as to demystify stereotypes, promoting respect towards the indigenous culture while recognizing them as a subject of rights, just like any other citizen.(AU)
Resumen Este estudio cualitativo descriptivo tuvo como objetivo comprender las representaciones sociales de "ser indígena" considerando las imágenes y significados compartidos por personas no indígenas. Como base teórica se utilizaron la teoría de las representaciones sociales y las referencias de la antropología. En cuanto al método, participaron 38 personas no indígenas de la ciudad de Fortaleza (Brasil), abordadas en lugares públicos o de convivencia, que respondieron a los siguientes instrumentos: Test de Asociación Libre de Palabras (TALP), entrevista semiestructurada y cuestionario sociodemográfico. Para el análisis de los datos se tabuló los datos sociodemográficos y se realizó un análisis del TALP, considerando la frecuencia de los términos evocados y la organización en cinco categorías temáticas: sujeto distinto, sujeto primitivo, sujeto de derecho, sujeto excluido y, por el fin, sujeto valorizado. Para el análisis del cuerpo textual de las entrevistas, se utilizó el software ATLAS.ti, que posibilitó, a partir del análisis de extractos de las entrevistas, la visualización de categorías, la creación de códigos y el surgimiento de una red semántica que favorece la interpretación de los resultados. Las representaciones acerca del indígena están ancladas en conocimiento previo que lo coloca en una condición de sujeto primitivo. La población no indígena, alienada en su propia cultura, sin contacto y experiencias con los pueblos indígenas, reproduce una violencia simbólica y cultural contra estos grupos. El conocimiento desmitifica los estereotipos al hacer que el indígena sea respetado en su cultura y, al mismo tiempo, reconocido como sujeto de derechos como cualquier otro ciudadano.(AU)