A clínica em (des)construção: a sala de espera como potência política para a reforma psiquiátrica
The clinic´s (de)construction: the waiting room as political potential for psychiatric reform

Rev. psicol. (Fortaleza, Online); 9 (2), 2018
Publication year: 2018

Este estudo objetiva apresentar uma experiência relativa a intervenções feitas em sala de espera, apontando sua potência política para o fortalecimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPB). A partir da inserção semiprofissional de estudantes de graduação em Psicologia de uma faculdade privada em Fortaleza/CE em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPSad), tomou-se a sala de espera como um dispositivo interventivo e analisador do serviço. Com base na demanda do campo e nas leituras sobre clínica ampliada, buscou-se produzir um espaço de escuta e acolhimento. Ademais, o trabalho fundamentou-se na perspectiva da Redução de Riscos e Danos (RRD), no sentido de ampliar o olhar sobre a questão das drogas e possibilitar outras formas de pensar e atuar no campo da saúde mental coletiva. As temáticas problematizadas tiveram efeitos tanto para os usuários e a equipe do serviço, como para os estagiários, pois a cada encontro construía-se em ato um espaço de empoderamento e controle social. Apesar das dificuldades infraestruturais, percebemos que o CAPS, impulsionado por uma equipe implicada política e eticamente, consegue funcionar, apostando nas potencialidades da comunidade, proporcionando coletivamente outras possibilidades de existência e se afastando da perspectiva reducionista de saúde como ausência de doença.
This study aims to present an experience concerning of interventions made in the waiting room, pointing out its political power to strengthen the Brazilian Psychiatric Reform (RPB). From the semiprofessional insertion of undergraduate students in Psychology from a private college in Fortaleza/CE in a Center for Psychosocial Care Alcohol and Other Drugs (CAPSad), the waiting room was taken as an intervention device and analyzer of the service. Based on the demand of the field and the readings on expanded clinic, it was sought to produce a space of listening and welcoming. In addition, the work was based on the perspective of Reducing Risk and Damage (DRR), in order to broaden the view on the issue of drugs and enable other ways of thinking and acting in the field of collective mental health. The problematized themes had effects both for the users and the staff of the service, as well as for the trainees, because at each meeting an area of empowerment and social control was built. Despite the infrastructural difficulties, we realize that the CAPS, driven by a team politically and ethically Anti-Asylum Campaign, manages to work, betting on the potentialities of the community, collectively providing other possibilities of existence and moving away from the perspective reductionist as absence of disease.

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