A razão moderna e a pós-modernidade: aliança, sexualidade e diversidade sexual
Raison moderne et postmodernité: alliance, sexualité et diversité sexuelle
Modern reason and postmodernity: alliance, sexuality and sexual diversity

aSEPHallus; 16 (32), 2021
Publication year: 2021

Resumo:

A psicanálise não pode ser desatrelada do contexto que lhe deu origem, ela surge como efeito da modernidade. O sujeito moderno se organiza a partir da moral sexual civilizada, que impulsiona os homens para produções no campo da cultura, no entanto produz a doença nervosa moderna. O patrimônio cultural é o bem comum que se conquista pela via da porção de satisfação pulsional perversa que é sacrificada neste processo. Freud sustenta a existência de uma formação de compromisso entre os tais termos – renúncia e satisfação –, uma razão que governa os fatos clínicos e sociais investigados pela psicanálise. Portanto, na modernidade, sintoma, laço social e discurso têm a mesma estrutura. Lévi-Strauss fornece, com a lei da proibição do incesto, a regra de ouro que condiciona as estruturas elementares de parentesco e sua consequência lógica, a regra da exogamia. Juntas são responsáveis por determinar um vasto sistema de reciprocidade e trocas simbólicas, cujo único objetivo é manter coeso o tecido social.

A mesma se traduz nas seguintes palavras da Escritura:

“Deixarás o teu pai e a tua mãe”. Como essa estrutura universal se imprime e se expressa na modernidade e na contemporaneidade? O paradigma desconstrucionista da diversidade sexual atinge a razão moderna entre satisfação e renúncia.

Sintonizase ao discurso do capitalista:

não há impossível. A política da desconstrução é compatível com a política da psicanálise? Desconstruir conduz à subjetivação do real impossível, à ética do desejo e à responsabilidade pelo gozo?

Raison moderne et postmodernité :

alliance, sexualité et diversité sexuelle: La psychanalyse ne peut être détachée du contexte qui l'a suscitée, elle apparaît comme un effet de modernité. Le sujet moderne s'organise à partir de la morale sexuelle civilisée, qui pousse les hommes à des productions dans le domaine de la culture, cependant il produit la maladie nerveuse moderne. Le patrimoine culturel est le bien commun conquis par la part de satisfaction pulsionnelle perverse qui est sacrifiée dans ce processus. Freud soutient l'existence d'une formation de compromis entre de tels termes – renoncement et satisfaction –, raison qui régit les faits cliniques et sociaux investigués par la psychanalyse. Ainsi, dans la modernité, symptôme, lien social et discours ont la même structure. Lévi-Strauss fournit, avec la loi de la prohibition de l'inceste, la règle d'or qui conditionne les structures élémentaires de la parenté et sa conséquence logique, la règle de l'exogamie. Ensemble, ils sont chargés de déterminer un vaste système de réciprocité et d'échanges symboliques, dont le seul but est de maintenir le tissu social ensemble. Il se traduit par les paroles suivantes de l'Écriture : « Tu quitteras ton père et ta mère ». Comment cette structure universelle s'imprime et s'exprime dans la modernité et la contemporanéité ? Le paradigme déconstructionniste de la diversité sexuelle heurte le rapport moderne entre satisfaction et renoncement. Il s'accorde au discours du

Modern reason and postmodernity:

alliance, sexuality and sexual diversity: Psychoanalysis cannot be detached from the context that gave rise to it, it appears as an effect of modernity. The modern subject is organized from the civilized sexual morality, which drives men to productions in the field of culture, however it produces the modern nervous disease. Cultural heritage is the common good that is conquered through the portion of perverse instinctual satisfaction that is sacrificed in this process. Freud sustains the existence of a compromise formation between such terms – renunciation and satisfaction –, a reason that governs the clinical and social facts investigated by psychoanalysis. Therefore, in modernity, symptom, social bond and discourse have the same structure. LéviStrauss provides, with the law of prohibition of incest, the golden rule that conditions the elementary structures of kinship and its logical consequence, the rule of exogamy. Together they are responsible for determining a vast system of reciprocity and symbolic exchanges, whose sole aim is to hold the social fabric together.

It is translated into the following words of Scripture:

“You shall leave your father and your mother”. How is this universal structure imprinted and expressed in modernity and contemporaneity? The deconstructionist paradigm of sexual diversity hits the modern ratio between satisfaction and renunciation.

It tunes in to the discourse of the capitalist:

there is no impossible. Is the politics of deconstruction compatible with the politics of psychoanalysis? Does deconstructing lead to the subjectivation of the impossible, the ethics of desire and the responsibility for jouissance?

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