Vacinação em mulheres gestantes, puérperas e lactantes
Vaccination in pregnant, puerperal and lactating women
Rev. bras. anal. clin; 53 (2), 2021
Publication year: 2021
Em março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o início de uma pandemia devastadora causada pelo vírus SARS-CoV-2. Desde então, evidências científicas acumuladas mostram que gestantes e puérperas configuram grupos de risco para complicações obstétricas, hospitalizações, mortes maternas, prematuridade e óbitos fetais, diferente dos resultados publicados no início da pandemia. Estudos preliminares já evidenciam que a vacinação nas gestantes e puérperas é benéfica e segura para o trinômio mãe-feto-lactente. Os imunizantes atualmente disponibilizados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) são funcionalmente inativados, não contendo nenhum componente vivo em suas formulações, semelhantes às outras vacinas já utilizadas no calendário de vacinação das gestantes. Além disso, nos estudos experimentais em animais não foi identificado nenhum efeito teratogênico. O Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação da Covid-19, na sua 8ª edição, contempla a vacinação para as gestantes e puérperas acima de 18 anos com e sem comorbidades. Após a vacinação em grande escala realizada em vários países com imunizantes vetoriais não replicantes (Oxford /AstraZeneca/Fiocruz e Johnson & Johnson), observou-se eventos adversos raríssimos e graves da síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS). Atendendo à solicitação da ANVISA, o Plano Nacional de Imunizações suspendeu temporariamente a vacinação das gestantes e puérperas com vacinas que utilizem essa plataforma, após um caso notificado com uma gestante, na cidade do Rio de Janeiro que resultou em óbito materno e fetal, com possível associação de causalidade.
In march 2020, the World Health Organization announced the onset of a devastating pandemic caused by the SARS-CoV-2 virus. Since then, accumulated scientific evidence have been showing that pregnant and postpartum women are at risk groups for obstetric complications, hospitalizations, maternal deaths, prematurity and fetal deaths, unlike the results obtained at the beginning of the pandemic. Preliminary studies have already shown that vaccination in pregnant women is beneficial and safe for the mother-fetus/infant trinomial. Covid-19 vaccines currently available on the National Program Immunization (PNI) don´t contain any live component in their formulations and they are similar to other inactivated vaccines that have been already used safely in the vaccination schedule of pregnant women. Furthermore, experimental studies in animals did not identify any teratogenic effects so far. The 8th edition of Covid-19 National Plan for the Operationalization of Vaccination, advise to perform Covid-19 vaccination in pregnant and postpartum women over 18 years of age with comorbidities. However, some states are following their own guidelines, and to recommend immunizing even those without comorbidities. After large-scale vaccination carried out in several countries with non-replicating vector immunizing agents (Oxford / AstraZeneca / Fiocruz and Johnson & Johnson), very rare and serious adverse events of thrombocytopenic thrombocytosis (TT) were observed. In response to ANVISA’s request, the PNI temporarily suspended the vaccination of pregnant and postpartum women with vaccines that use this platform, after a case reported with a pregnant woman in the city of Rio de Janeiro that resulted in maternal and fetal death, with a possible association with the Oxford / AstraZeneca / Fiocruz vaccine. Additionally, the PNI interrupted the vaccination of pregnant and postpartum women without comorbidities or risk factors for infection with any immunizing agent using this immunizing.