Rev. Pesqui. Fisioter; 11 (4), 2021
Publication year: 2021
INTRODUÇÃO:
A "síndrome congênita do Zika" compreende um conjunto de sinais e sintomas apresentados por crianças nascidas de mães infectadas durante a gestação. Os RN acometidos por microcefalia apresentam alterações no desenvolvimento
neuropsicomotor, assim, o processo de reabilitação torna-se fundamental para o desenvolvimento das crianças. OBJETIVO:
Nessa
perspectiva, faz-se necessário considerar o acesso em seu domínio
amplo, e compreender as características do acesso de crianças com
microcefalia nascidas nos anos de 2015 e 2016 aos serviços de fisioterapia. MÉTODOS:
Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa, com caráter descritivo. Utilizou-se um questionário validado por quatro especialistas, coletando informações
acerca da caracterização socioeconômica e clínica, identificação do
tempo entre o encaminhamento das crianças e sobre as características do acesso à reabilitação. RESULTADOS:
A amostra deste estudo foi composta por 103 cuidadores de crianças com microcefalia. Observou-se que 93,2% das crianças tiveram encaminhamento
para procurar o serviço de fisioterapia e buscaram atendimento, entretanto, nem todas as crianças mantiveram-se em reabilitação. As
crianças que tiveram acesso continuado e as que descontinuaram
o cuidado em algum momento apresentavam-se de forma semelhante no que diz respeito à frequência de tratamento, realização
da fisioterapia em mais de um serviço, tempo de duração da sessão, despendimento de pagamento para exames e interferência na
atividade profissional com o tratamento da criança. CONCLUSÃO:
As que se mantiveram em acesso sem interrupções, possuíam um
auxílio maior do município para deslocamento, além da oportunidade de assistência da rede de apoio ao cuidador, potencializando
a manutenção do cuidado.
INTRODUCTION:
The "congenital Zika syndrome"
comprises a set of signs and symptoms presented by children
born to infected mothers during pregnancy. Newborns affected
by microcephaly present alterations in their neuropsychomotor
development. Therefore, the rehabilitation process becomes
essential for the development of children. OBJECTIVE:
From this
perspective, it is necessary to consider access in its broad domain
and understand the characteristics of children with microcephaly
(born in 2015 and 2016) access to physical therapy services.
METHODS:
This is a cross-sectional study, with a quantitative
approach, with a descriptive character. A questionnaire validated
by four experts was used, collecting information about the
socioeconomic and clinical characteristics, identification of the time
between the referral of children, and the characteristics of access
to rehabilitation. RESULTS:
The sample of this study consisted of
103 caregivers of children with microcephaly. It was observed that
93.2% of the children were referred to seek the physiotherapy
service and searched for it. However, not all children remained in
rehabilitation. Children who had continuous access and those who
discontinued care at some point similarly presented themselves
concerning the frequency of treatment, physical therapy in
more than one service, duration of the session, expenditure of
payment for exams, and interference in the professional activity
with the child's treatment. CONCLUSION:
Those who remained in
uninterrupted access had better assistance from the municipality
for displacement, in addition to the opportunity for help from the
caregiver support network, enhancing the maintenance of care.