Características clínicas e funcionais de mulheres após AVC, caidoras e não caidoras: um estudo longitudinal
Clinical and functional characteristics of women after stroke, fallers and non-fallers: a longitudinal study

Rev. Pesqui. Fisioter; 11 (4), 2021
Publication year: 2021

INTRODUÇÃO:

A ocorrência de quedas está entre as complicações mais frequentes apresentadas por idosos e portadores de doenças neurológicas. Sabe-se que em idosos há maior frequência de quedas em mulheres. Em indivíduos após AVC, essa relação não é estabelecida.

OBJETIVO:

Diferenciar as características clínicas e funcionais de mulheres caidoras e não caidoras após AVC e verificar a associação entre mobilidade funcional e capacidade funcional nessas mulheres.

DESENHO DE ESTUDO E LOCAL:

Trata-se de um estudo prospectivo longitudinal realizado em Salvador (BA).

MÉTODOS:

Foram incluídas mulheres com marcha independente atendidas em ambulatório de referência. Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos e aplicados a Escala do National Institutes of Health Stroke, o Índice de Barthel modificado, o Timed Up and Go (TUG) e a qualidade de vida europeia. O nível de significância adotado foi de 5%.

RESULTADOS:

Foram selecionadas 68 mulheres com média de idade de 56 (± 13,7) anos, 51% das mulheres caíram no seguimento, esta última tinha menos de 55 anos (± 13,4), com maior gravidade do AVC. O comprometimento do território vascular posterior foi mais evidente entre as mulheres que caíram (P = 0,009), mas todas, as que caíram e as que não caíram, apresentaram mobilidade funcional prejudicada (TUG = 15 segundos). No entanto, a amostra total foi classificada como totalmente independente ou com leve dependência das atividades de vida diária (AVDs) (MBI = 49). A correlação entre o tempo de TUG e MBI foi negativa e significativa (R = -0,702, P ≤ 0,001).

CONCLUSÕES:

O envolvimento da circulação posterior é um importante preditor de quedas, sendo um importante indicador no acompanhamento de mulheres após AVC. Também enfatiza que a menor mobilidade funcional impactou a capacidade funcional da mulher.

BACKGROUND:

Occurrence of falls is among the most frequent complications presented by the elderly and individuals with neurological diseases. It is known that in the elderly, there is a greater frequency of falls in women. However, in individuals after stroke, this relationship is not established. The purpose of this study was to differentiate the clinical and functional characteristics of fallers and non-fallers women after stroke and to verify the association between functional mobility and functional capacity in these women.

DESIGN AND SETTING:

This is a longitudinal prospective study conducted in Salvador, Bahia, Brazil.

METHODS:

Women with independent gait assisted in a reference outpatient clinic were included. Sociodemographic and clinical data were collected, and the National Institutes of Health Stroke Scale, Modified Barthel Index, Timed Up and Go (TUG), and European quality of life were applied. The level of significance was set at 5%.

RESULTS:

A total of 68 women with a mean age of 56 (± 13.7) years were selected; 51% of the women fell in the follow-up, the latter was younger than 55 years (± 13.4), with greater severity of the stroke. Impairment in the posterior vascular territory was more evident among falling women (P = 0.009), but all falling and non-falling women presented impaired functional mobility (TUG = 15seconds). However, the total sample was classified as totally independent or with slight dependence on the activities of daily living (ADLs) (MBI = 49). The correlation between TUG time and MBI was negative and significant (R = -0.702, P ≤ 0.001).

CONCLUSIONS:

The involvement of posterior circulation is an important predictor of falls, an important indicator in the monitoring of women after stroke. It also emphasizes that the lower functional mobility impacted women's functional capacity.

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