Rev. Rede cuid. saúde; 15 (2), 2021
Publication year: 2021
Objetivo:
Analisar o perfil sociodemográfico e prisional das reeducadas em 2016, 2017, 2018 e 2019 na região médio norte de Mato
Grosso. Metodologia:
Trata-se de um estudo de coorte aberta, analisando resultados ao decorrer de 4 anos. A coleta de dados foi
realizada em novembro de 2016, 2017, 2018 e 2019 através de entrevista individual baseada em formulário semiestruturado, com todas
as reeducadas em regime provisório e condenadas da Cadeia Pública do Médio Norte mato-grossense. Os dados foram analisados através
da estatística descritiva. Resultados:
O perfil predominante nos 4 anos da coorte foi de mulheres autodeclaradas pardas, com faixa etária
entre 18 e 31 anos, solteiras, com ensino fundamental, donas de casa, com 2 a 4 filhos, detidas pelo crime de tráfico de drogas, sem
histórico de antecedentes criminais e com período de reclusão de até dois anos. Histórico de violência é relatado pela maioria com
prevalência na violência física. Apenas metade das mulheres receberam visitas familiares, sendo que as únicas visitas íntimas
mencionadas foram as de parceiros homossexuais. Adicionalmente observou-se crescimento considerável de mulheres que começaram a
cursar o ensino fundamental e médio durante o cárcere. Conclusão:
Diante das vulnerabilidades encontradas constata-se que as
estratégias em ambiente prisional devem englobar a complexidade das peculiaridades vivenciadas pelas encarceradas.
Objective:
To analyze the sociodemographic and prison profile of the re-educated in 2016, 2017, 2018 and 2019 in the northern middle
region of Mato Grosso. Methodology:
This is an open cohort study, analyzing results over 4 years. Data collection was carried out in
November 2016, 2017, 2018 and 2019 through an individual interview based on a semi-structured form, with all the re-educated on a
provisional basis and sentenced from the Public Chain of the Middle North of Mato Grosso. The data were analyzed using descriptive
statistics. Results:
The predominant profile in the 4 years of the cohort was self-declared brown women, aged between 18 and 31 years
old, single, with elementary education, housewives, with 2 to 4 children, detained for the crime of drug trafficking, without criminal
history and with a prison term of up to two years. History of violence is reported by the majority with prevalence in physical violence.
Only half of the women received family visits, and the only intimate visits mentioned were those of homosexual partners. In addition,
there was a considerable growth in women who started to attend elementary and high school during prison. Conclusion:
In view of the
vulnerabilities found, it appears that strategies in the prison environment must encompass the complexity of the peculiarities experienced
by prisoners.