Violência estrutural e marcas ditatoriais: análise psicossocial a partir de narrativas periféricas
Structural violence and dictatorial marks: psychosocial analysis from peripheral narratives
Violencia estructural y huellas dictatoriales: análisis psicosocial desde narrativas periféricas
Pesqui. prát. psicossociais; 16 (2), 2021
Publication year: 2021
O presente artigo tem como objetivo analisar a permanência de marcas ditatoriais pós-transição democrática no Brasil a partir de narrativas obtidas em dois estudos psicossociais realizados em Heliópolis - periferia urbana da cidade São Paulo. O primeiro focou a construção e elaboração das memórias de violências do/no Estado de nove jovens moradores, enquanto o segundo reconstruiu as memórias sobre as violações aos direitos humanos de um grupo de mães de adolescentes em medida socioeducativa e de técnicos dos serviços que os acompanham. A partir dos conceitos de violência, trauma psicossocial e memória histórica de Ignacio Martín-Baró, apresenta-se uma análise da persistência das marcas ditatoriais na sociedade brasileira, que atingem, sobretudo, a população jovem negra e periférica sob a forma do genocídio, exclusão, suspeita e violência sistemática dos agentes de Estado.
This article aims to analyze the permanence of dictatorial marks after the democratic transition in Brazil from narratives obtained in two psychosocial studies carried out in Heliópolis - urban outskirts of the city of São Paulo. The first focused on the construction and elaboration of the memories of State violence of nine young residents, while the second reconstructed the memories about the human rights violations of a group of adolescent's mothers in correctional measures and technicians from the services that accompany them. Based on the concepts of violence, psychosocial trauma and historical memory rescued from Ignacio Martín-Baró, an analysis of the persistence of dictatorial marks in Brazilian society is presented, which mainly affects the young black and peripheral population in the form of genocide, exclusion, suspicion and systematic violence by State agents.
El presente artículo tiene como objetivo analizar la permanencia de huellas dictatoriales después de la transición democrática en Brasil desde las narrativas obtenidas en dos estudios psicosociales realizados en Heliópolis - periferia urbana de la ciudad de São Paulo. El primero se centró en la construcción y elaboración de los recuerdos de violencia en / del Estado de nueve jóvenes residentes, mientras que el segundo reconstruyó los recuerdos sobre las violaciones de los derechos humanos de un grupo de madres de adolescentes que cumplen medidas socioeducativas y técnicos de los servicios que los acompañan. Desde los conceptos de violencia, trauma psicosocial y memoria histórica de Ignacio Martín-Baró, se presenta un análisis de la persistencia de huellas dictatoriales en la sociedad brasileña que afecta, sobre todo, a la población joven negra y periférica en la forma de genocidio, exclusión, sospecha y violencia sistemática por parte de agentes estatales.