Saúde e migrações no Sul do Brasil: demandas e perspectivas na educação em saúde
Health and migrations in southern Brazil: requirements and perspectives in health education

Physis (Rio J.); 31 (4), 2021
Publication year: 2021

Resumo O artigo analisa o impacto dos recentes processos migratórios e sua relação com a formação em saúde. As relações entre mobilidade humana e os processos de saúde e adoecimento estão na ordem do dia dos debates internacionais. O objetivo deste artigo é discutir o papel das políticas de saúde no Brasil e suas relações com o acolhimento de imigrantes, especialmente no que se refere ao entendimento das necessidades de investir em formação na área da saúde para que ela se adapte a essa realidade. O estudo foi realizado na região do Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, tendo como sujeitos imigrantes majoritariamente haitianos que ali se estabeleceram entre 2012 e 2016. Os resultados apontam para a necessidade de desnaturalizar a doença associada ao corpo de imigrantes as representações das migrações como vetores de adoecimento, bem como de incluir no programa dos cursos da área da saúde temas sobre mobilidade humana e seus impactos visando a melhoria do acolhimento. Apresentam-se também as dificuldades de oferecer um serviço adequado aos novos imigrantes em um contexto de serviços de saúde precários para as populações locais. Esse debate deve ser seriamente considerado nas discussões para formação em saúde.
Abstract The article analyzes the impact of recent migration processes on health and its relationship with health education. The relationship between human mobility and the processes of health and illness are on the agenda of international debates. The purpose of this article is to discuss the role of health policies in Brazil and their relationship with the reception of immigrants, especially with regard to understanding the needs to invest in training in the area of health so that it adapts to this reality. The study was carried out in the region of Vale do Taquari, in Rio Grande do Sul, with mostly Haitian immigrant subjects who settled there between 2012 and 2016. The results point to the need to denaturalize the disease associated with the body of immigrants, and the representations of migrations as vectors of illness, as well as including in the program of courses in the health area themes on human mobility and its impacts, aiming at improving reception. Are also discussed the difficulties in offering an adequate service to new immigrants in a context of precarious health services for local populations. This debate must be seriously considered and included in the discussions for health education at universities.

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