Psicol. soc. (Online); 33 (), 2021
Publication year: 2021
Resumo:
Este artigo tem por objetivo analisar o fenômeno da epidemia de uso de drogas psiquiátricas a partir da perspectiva do consumo cada vez mais disseminado e sua relação com a criação de subjetividades sociais que se constituem pela medicalização. Foram considerados dois diferentes contextos de uso que não necessariamente estão vinculados a diagnósticos. Em uma extremidade do fenômeno, identifica-se o consumo voltado para melhoria de desempenho em atividades competitivas de mercado, utilizando drogas como metilfenidato com a perspectiva de ultrapassar o desenvolvimento usual das práticas sociais e produtivas. Em outra extremidade, populações vulnerabilizadas que utilizam os psicotrópicos com o intuito de suportar experiências cotidianas de sofrimento que seriam intoleráveis de outra forma. A análise, apresentada na forma de ensaio, indicou um processo de uso acentuado de drogas psiquiátricas relacionado aos ideais de produtividade e desempenho ditados pelo padrão normativo da subjetividade neoliberal, o qual atinge particularmente as mulheres.
Resumen:
Este artículo tiene como objetivo analizar el fenómeno de la epidemia del consumo de drogas psiquiátricas desde la perspectiva de un consumo cada vez más extendido y su relación con la creación de subjetividades sociales que están constituidas por la medicalización. Se consideraron dos contextos de uso diferentes, que no están necesariamente vinculados a los diagnósticos. En un extremo del fenómeno, se identifica el consumo orientado a mejorar el desempeño en actividades competitivas de mercado, utilizando drogas como el metilfenidato con la perspectiva de ir más allá del desarrollo habitual de prácticas sociales y productivas. En el otro extremo, poblaciones vulnerables que consumen psicofármacos para sustentar las vivencias cotidianas de sufrimiento que de otro modo serían intolerables. El análisis, presentado en forma de ensayo, indicó un proceso de uso acentuado de drogas psiquiátricas relacionado con los ideales de productividad y desempeño dictados por el patrón normativo de la subjetividad neoliberal, que afecta particularmente a las mujeres.
Abstract:
This article aims to analyze the phenomenon of the epidemic of psychiatric drug use from the perspective of increasingly widespread consumption and its relationship with the creation of social subjectivities that are constituted by medicalization. Two different contexts of use which are not necessarily linked to diagnoses were considered. At one end of the phenomenon, consumption aimed at improving performance in competitive market activities is identified, with drugs such as methylphenidate being used with the perspective of going beyond the usual development of social and productive practices. At the other end, there are vulnerable populations that use psychotropic drugs in order to support everyday experiences of suffering that would otherwise be intolerable. The analysis, presented in the form of an essay, indicated a process of accentuated use of psychiatric drugs related to the ideals of productivity and performance dictated by the normative pattern of neoliberal subjectivity, which particularly affects women.