Rev. bras. epidemiol; 24 (supl.2), 2021
Publication year: 2021
ABSTRACT Objective:
to analyze socioeconomic inequalities in the self-reported prevalence of NonCommunicable Diseases (NCDs) and their disabilities in the Brazilian adult population. Methods:
Cross-sectional study with data from the National Health Survey carried out in 2019. The self-reported prevalences of individuals with some noncommunicable diseases were calculated, according to sociodemographic characteristics; and the prevalence and prevalence ratio of these diseases and degrees of disability, according to education and possession of a private health plan. Results:
47.6% of the population reported having at least one noncommunicable diseases. Noncommunicable diseases increased progressively with age and were more prevalent in women (PR 1.13; 95%CI 1.1-1.15), in black (PR 1.04; 95%CI 1.01-1, 06) or brown individuals (PR 1.05; 95%CI 1.01-1.09), illiterate or with incomplete elementary education (PR 1.12; 95%CI 1.08-1.16), in the Southeast (PR 1.10; 95%CI 1.05-1.14) and the South (PR 1.07; 95%CI 1.03-1.12) and among individuals who do not have private health insurance (PR 1.02; 95%CI 1.0-1.05). For the majority of noncommunicable diseases investigated, the highest reports of disabilities were among those with low education and without health insurance. Conclusion:
adults with less education and without private health plans have a higher prevalence of noncommunicable diseases and a higher degree of disability. Thus, it is important to analyze health indicators in the face of different populations and disparities, in order to understand and monitor health inequalities.
RESUMO:
Objetivo: Analisar as desigualdades socioeconômicas na prevalência autorreferida de doenças crônicas não transmissíveis e suas limitações na população adulta brasileira. Métodos:
Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019. Calcularam-se as prevalências autorreferidas de indivíduos com alguma doença crônica não transmissível, segundo características sociodemográficas, e as prevalências e a razão de prevalência dessas doenças e seus graus de limitações, segundo escolaridade e posse de plano de saúde privado. Resultados:
47,6% da população relatou ter pelo menos uma doença crônica não transmissível. As doenças crônicas não transmissíveis aumentaram progressivamente com a idade e foram mais prevalentes nas mulheres (RP 1,13; IC95% 1,10-1,15), nos indivíduos pretos (RP 1,04; IC95% 1,01-1,06) ou pardos (RP 1,05; IC95% 1,01-1,09), analfabetos ou com ensino fundamental incompleto (RP 1,12; IC95% 1,08-1,16), nos moradores das regiões Sudeste (RP 1,10; IC95% 1,05-1,14) e Sul (RP 1,07; IC95% 1,03-1,12) e entre os indivíduos que não possuem plano de saúde privado (RP 1,02; IC95% 1,00-1,05). Para a maioria das doenças crônicas não transmissíveis investigadas, a maior prevalência do relato de limitação esteve entre aqueles com baixa escolaridade e sem plano de saúde. Conclusão:
Adultos com menor escolaridade e sem planos de saúde privados apresentam maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e maior grau de limitação. É importante avaliar os indicadores de saúde ante as diferentes populações e desigualdades, a fim de diagnosticar e monitorar as iniquidades em saúde.