Association of major depressive disorder with chronic diseases and multimorbidity in Brazilian adults, stratified by gender: 2019 National Health Survey
Associação do transtorno depressivo maior com doenças crônicas e multimorbidade em adultos brasileiros, estratificada por sexo: Pesquisa Nacional de Saúde 2019

Rev. bras. epidemiol; 24 (supl.2), 2021
Publication year: 2021

ABSTRACT:

Objective: To analyze the association of major depressive disorder with chronic non-communicable diseases and multimorbidity in Brazilian adults, stratified by gender, as well as examine the interaction between gender and chronic non-communicable diseases in association with major depressive disorder.

Methods:

Based on a sample of 65,803 adults from the 2019 National Health Survey, we estimated the prevalence of major depressive disorder (≥10 points in the Patient Health Questionnaire) according to the presence of chronic non-communicable diseases and multimorbidity (≥2 chronic diseases). Prevalence ratios and their respective confidence intervals were calculated by Poisson regression, and multiplicative interaction terms were used to assess the role of gender in the associations.

Results:

The prevalence of major depressive disorder among Brazilian adults (18-59 years) was 10.9%, with a statistically significant difference between men (6.0%) and women (15.4%) (p<0.001). Individuals with any chronic non-communicable disease and multimorbidity showed a higher prevalence of major depressive disorder, both in the general population and in each gender. However, the association of major depressive disorder with chronic non-communicable diseases tended to be stronger among men. Data also showed an interaction between the male gender and multimorbidity or specific diseases, such as arthritis or rheumatism, heart disease, and chronic kidney disease, in association with major depressive disorder.

Conclusion:

The results reveal a significant association between major depressive disorder and chronic non-communicable diseases in both genders and raise the hypothesis that the effects of multimorbidity and certain diseases may be greater on the mental health of men.

RESUMO:

Objetivo: Analisar a associação do transtorno depressivo maior com a presença de doenças crônicas não transmissíveis e multimorbidade em adultos brasileiros, estratificada por sexo, e examinar a interação entre sexo e doenças crônicas não transmissíveis na associação com o transtorno depressivo maior.

Métodos:

Com base em amostra de 65.803 adultos da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 foram estimadas as prevalências de transtorno depressivo maior (≥10 pontos do instrumento Patient Health Questionnaire) segundo a presença de doenças crônicas não transmissíveis e multimorbidade (≥2 doenças crônicas). As razões de prevalência e os respectivos intervalos de confiança foram estimados por meio da regressão de Poisson, e os termos de interação multiplicativa foram utilizados para avaliar o papel do sexo nas associações.

Resultados:

A prevalência de transtorno depressivo maior entre adultos brasileiros (18-59 anos) foi estimada em 10,9%, com diferença estatisticamente significante entre homens (6,0%) e mulheres (15,4%) (p<0,001). Entre os indivíduos com quaisquer doenças crônicas não transmissíveis e multimorbidade foram observadas prevalências mais elevadas de transtorno depressivo maior, tanto na população geral como em cada sexo. Entretanto, a associação do transtorno depressivo maior com as doenças crônicas não transmissíveis tendeu a ser mais forte entre os homens. Os dados também mostraram interação entre sexo masculino e multimorbidade ou doenças específicas como artrite ou reumatismo, doença cardíaca e insuficiência renal crônica na associação com o transtorno depressivo maior.

Conclusão:

Os resultados revelam expressiva associação entre transtorno depressivo maior e doenças crônicas não transmissíveis, em ambos os sexos, e levantam a hipótese de que o efeito da multimorbidade e de certas doenças pode ser maior na saúde mental dos homens.

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