Ansiedade, afeto negativo e estresse de docentes em atividade remota durante a pandemia da Covid-19
Anxiety, negative affect, and stress of faculty in remote work during the COVID-19 pandemic
Ansiedad, afecto negativo y estrés de docentes en actividad remota durante la pandemia de Covid-19
Trab. Educ. Saúde (Online); 19 (), 2021
Publication year: 2021
Resumo O trabalho pedagógico remoto emergencial foi implementado em muitas escolas do Brasil durante a pandemia da Covid-19, como forma de diminuir os contatos entre indivíduos e, consequentemente, diminuir a taxa de transmissão da doença, mantendo aulas e atividades didáticas. Em muitas situações, professoras e professores realizaram atividades que descaracterizam sua identidade docente e conflitam com atividades domésticas, produzindo mal-estar e sofrimento. Em pesquisa de coorte em duas fases, o sofrimento psicológico de professores e professoras da Educação Básica foram analisados em função da quantidade de trabalho remoto, do gênero, da quantidade de trabalho doméstico e da experiência prévia. O trabalho remoto emergencial produziu efeitos na Ansiedade-estado, Afeto negativo e Estresse percebido − e essas respostas foram moderadas pela experiência prévia. Mulheres apresentaram maiores respostas que homens, um efeito mediado principalmente pela quantidade de trabalho doméstico realizada pela professora. Os participantes referenciaram principalmente dimensões laborais negativas e dimensões afetivas quando levados a pensar sobre o trabalho remoto, com menor saturação de respostas relacionadas a dimensões laborais positivas, à aprendizagem e a questões político-econômicas. Esses resultados sugerem que o trabalho remoto emergencial exacerba o estresse docente, apontando para precarização do trabalho docente e necessidade de implementação de políticas que mitiguem esses impactos.
Abstract Emergency remote pedagogical work was implemented in many schools in Brazil during the COVID-19 pandemic, as a way to reduce contacts between individuals and, consequently, reduce the rate of disease transmission, maintaining classes and educational activities. In many situations, teachers and teachers carried out activities that mischaracterize their teaching identity and conflict with domestic activities, producing discomfort and suffering. In a two-phase cohort study, the psychological suffering of Basic Education teachers were analyzed as a function of the amount of remote work, gender, the amount of housework and previous experience. Emergency remote work had effects on State Anxiety, Negative Affect and Perceived Stress − and these responses were moderated by previous experience. Women had higher responses than men, an effect mediated mainly by the amount of housework performed by the teacher. Participants mainly referred to negative work dimensions and affective dimensions when led to think about remote work, with less saturation of answers related to positive work dimensions, learning and political-economic issues. These results suggest that emergency remote work exacerbates teacher stress, pointing to the precariousness of teaching work and the need to implement policies that mitigate these impacts.
Resumen El trabajo pedagógico remoto de emergencia se implementó en muchas escuelas de Brasil durante la pandemia Covid-19, como una forma de reducir los contactos entre las personas y, en consecuencia, disminuir la tasa de transmisión de la enfermedad, manteniendo las clases y actividades educativas. En muchas situaciones, profesoras y profesores realizaron actividades que distorsionan su identidad docente y entran en conflicto con las actividades domésticas, produciendo malestar y sufrimiento. En un estudio de cohorte de dos fases, se analizó el sufrimiento psicológico de los docentes de Educación Básica en función de la cantidad de trabajo remoto, de género, de la cantidad de tareas domésticas y de la experiencia previa. El trabajo remoto de emergencia tuvo efectos sobre la Ansiedad-estado, el Afecto negativo y el Estrés percibido - y estas respuestas fueron moderadas por la experiencia previa. Las mujeres tuvieron respuestas más altas que los hombres, efecto mediado principalmente por la cantidad de tareas domésticas realizadas por las profesoras. Los participantes se refirieron principalmente a las dimensiones negativas del trabajo y las dimensiones afectivas cuando se les indujo a pensar en el trabajo remoto, con una menor saturación de respuestas relacionadas con las dimensiones positivas del trabajo, el aprendizaje y las cuestiones político-económicas. Estos resultados sugieren que el trabajo remoto de emergencia agrava el estrés docente, apuntando a la precariedad del trabajo docente y la necesidad de implementar políticas que mitiguen estos impactos.