Prevalência de infecção pelo SARS-CoV-2 em profissionais de saúde em um Hospital Universitário no Rio de Janeiro durante a pandemia de COVID-19 em 2020
Prevalence of SARS-CoV-2 infection in healthcare professionals at a University Hospital in Rio de Janeiro during the COVID-19 pandemic in 2020

Rev. bras. anal. clin; 53 (2), 2021
Publication year: 2021

A soroprevalência do SARS-CoV-2 foi determinada a partir de um inquérito epidemiológico transversal realizado no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, nos meses de outubro a novembro de 2020, durante a pandemia de COVID-19, na população de funcionários que exercia atividade laboral naquele período. A caracterização sociodemográfica foi realizada, além da análise das associações entre as variáveis de interesse ou exposição com a infecção pelo SARS-CoV-2, para estabelecer quais sinais e sintomas foram de maior prevalência. Para o estudo foram coletadas amostras de sangue e utilizados ensaios imunocromatográficos (COVID-19 IgG/IgM ECO Test® e Medtest® Coronavírus (COVID-19) IgG/IgM), para detectar IgG e IgM anti-SARS-CoV-2. Um cálculo amostral obtendo-se 391 profissionais de saúde demonstrou que 173 (44,2%) indivíduos apresentaram ao menos um resultado positivo para infecção pelo SARS-CoV-2. Não houve diferença significativa entre as medianas das idades dos pacientes que apresentaram infecção pelo SARS-CoV-2 (mediana 40 anos, IIQ 34-53) e dos que não apresentaram infecção (mediana 39 anos, IIQ 32-49), valor de P= 0,148. Também não houve diferença entre o sexo dos profissionais com infecção e sem infecção pelo SARS-CoV-2 (OR = 1,02; IC 95% 0,59 – 1,78). Dos 173 profissionais que apresentaram infecção pelo SARS-CoV-2, 70 (40,5%) relataram sintomas relacionados à COVID-19, enquanto 41 (23,7%) profissionais relataram que não apresentaram nenhum sintoma e 62 (35,8%) não informaram sobre presença ou não de sintomas, sendo excluídos da análise.

Os sintomas mais frequentemente apresentados pelos profissionais infectados foram:

cefaleia 46,5% (59/127); perda de olfato 32,3% (41/127); perda de paladar 30,7% (39/127); tosse seca 27,6% (35/127); diarreia 24,4% (31/127); dores no corpo 27,6% (35/127); outros 13,4% (17/127); dores nas pernas 11,8% (15/127); tonteira 11,8% (15/127) e febre 9,4% (12/127). Estabelecer um protocolo de vigilância com um teste fácil e rápido para as políticas de COVID-19 entre os profissionais na linha de frente e atuantes na assistência é imperativo para o controle da transmissão de SARS-CoV-2 e definir critérios epidemiológicos que orientem a tomada de decisão quanto ao isolamento de profissionais infectados sintomáticos e assintomáticos.
The seroprevalence of SARS-CoV-2 was determined from a cross-sectional epidemiological survey carried out at the Gaffrée and Guinle University Hospital in the city of Rio de Janeiro, Brazil from October to November 2020 during the COVID-19 pandemic in the population of employees who worked in that period. Sociodemographic characterization was performed in addition to the analysis of associations between the variables of interest or exposure with SARS-CoV-2 infection to establish which signs and symptoms were more prevalent. For the study, blood samples were collected and immunochromatographic assays (COVID-19 IgG/IgM ECO Test® and Medtest® Coronavirus (COVID-19) IgG/IgM) were used to detect IgG and IgM anti-SARS-CoV-2. A sample calculation obtaining 391 health professionals showed that 173 (44.2%) individuals had at least one positive result for SARS-CoV-2 infection. There was no significant difference between the median ages of patients who had SARS-CoV-2 infection (median 40 years, IIQ 34-53) and those who did not have infection (median 39 years, IIQ 32-49), P value = 0.148. There was also no difference between the sex of professionals with and without SARS-COV-2 infection (OR = 1.02; 95% CI 0.59 – 1.78). Of the 173 professionals who had SARS-COV-2 infection, 70 (40.5%) reported symptoms related to COVID-19, while 41 (23.7%) professionals reported that they had no symptoms and 62 (35.8%) did not report on the presence or absence of symptoms, being excluded from the analysis.

The symptoms most frequently presented by the infected professionals were:

headache 46.5% (59/127); loss of smell 32.3% (41/127); loss of taste 30.7% (39/127); dry cough 27.6% (35/127); diarrhea 24.4% (31/127); body pain 27.6% (35/127); another 13.4% (17/127); leg pain 11.8% (15/127); dizziness 11.8% (15/127) and fever 9.4% (12/127). Establish a surveillance protocol with an easy and quick test for COVID-19 policies among frontline and care professionals is imperative to control the transmission of SARS-CoV-2 and define epidemiological criteria that guide the decision-making regarding the isolation of symptomatic and asymptomatic infected professionals.

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