Rev. Ciênc. Méd. Biol. (Impr.); 18 (3), 2019
Publication year: 2019
Introdução:
o uso da simeticona após coleta salivar é pouco descrito na literatura, sendo indicado para a obtenção de quantitativo maior da amostra. Todavia poucos são os estudos sobre a possível interferência dessa substância nos resultados do exame salivar.
Objetivo:
Avaliar as propriedades físico-químicas de duas marcas de simeticona e verificar se o fármaco interfere nos resultados do exame salivar. Metodologia:
o estudo foi realizado no Laboratório de Bioquímica Oral (ICS/UFBA). Na etapa in vitro, avaliou-se o
potencial hidrogeniônico (pH), a acidez titulável total (ATT) e a presença de sólidos solúveis totais (SST) na simeticona das marcas A e B. Na etapa in vivo, foi avaliada a velocidade do fluxo salivar (VFS), pH e a capacidade tampão (CT) na amostra salivar de 23 voluntários,
comparando-se os resultados sem e com o uso das medicações (marcas A e B). Resultados:
as duas marcas estudadas obtiveram pH menor que o neutro, e os valores de ATT para obtenção do pH 7 foram maiores na marca A. Ambas apresentaram valores elevados de SST. Na etapa in vivo, 78,3% da amostra era de mulheres, com idade média de 21,1 anos e VFS dentro da normalidade. Não houve diferença estatística entre o VFS (p=0,022) e pH (p=0,419) entre os grupos estudados, enquanto os valores da CT relativos ao uso da simeticona da marca A foram diferentes em comparação com os dos dois outros grupos (p=0,005). Conclusão:
as propriedades laboratoriais das marcas de simeticona estudadas apresentaram diferenças entre si. O uso da marca A parece ter interferido na CT
da saliva coletada.
Introduction:
the use of simethicone after salivary collection is controversial in the literature, being indicated to obtain a larger quantity of sample. However, there are few studies on its interference in salivary examination results. Objective:
to evaluate the physical and
chemical properties of two brands of simethicone. Also, check if the drug interferes with salivary examination results. Methodology:
the study was conducted at the Oral Biochemistry Laboratory of ICS / UFBA. In the in vitro stage, the hydrogen potential (pH), the total titratable acidity (TTA) and the presence of total soluble solids (TSS) in the A and B simethicone brands were evaluated. In the in vivo step the salivary flow rate (SFR) was evaluated; also pH and buffer capacity (BC) in the salivary sample of 23 volunteers, comparing the results without and with the use of medications (brands A and B). Results:
the two studied brands had lower pH than neutral and the TTA values to obtain pH 7 were higher in brand A. Both presented high values of TSS. In the in vivo stage, 78.3% of the sample
was women, with a mean age of 21.1 years and normal SFR. There was no statistical difference between SFR (p = 0.022) and pH (p = 0.419) between the studied groups, while the TCs values for the use of brand A simethicone were different compared to the other
two groups (p = 0.005). Conclusion:
the laboratory properties of the simethicone brands studied differed from each other. The use of brand A seems to have interfered with the collected saliva BC.