Bem-estar como fator moderador de transtornos mentais na pandemia
Well-being as a moderating factor of mental desorders in the pandemic
Rev. Bras. Psicoter. (Online); 23 (3), 2021
Publication year: 2021
Em março de 2020 a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia do novo coronavírus. Além do adoecimento pelo vírus, sabe-se que epidemias e pandemias podem provocar também adoecimento psíquico das populações, devido às mudanças necessárias no perído. O Brasil tem sido vastamente criticado pela gestão ineficiente da pandemia. Atualmente, figura entre os países com maiores índices de infecções e óbitos. O objetivo deste estudo foi avaliar a presença de riscos à saúde mental da população brasileira durante o período da pandemia do coronavírus e qual possível fator mediador para o desenvolvimento de transtornos mentais. Participaram deste estudo 738 pessoas com idade entre 18 e 80 anos (M = 32,9, DP = 10,9), 71,4% mulheres. Foi um estudo transversal e os instrumentos utilizados foram um questionário sociodemográfico, o Self Report Questionnaire-20 e a Personal Wellbeing Index. Para as análises de moderação foi utilizado o pacote PROCESS para SPSS. Os resultados encontrados indicam que o bem-estar tem papel moderador no adoecimento mental, independentemente da presença ou não de diagnóstico prévio de transtorno mental. O bem-estar reduziu significativamente os sinais e sintomas de transtornos mentais nessa amostra, mostrando-se um importante fator de promoção de saúde mental. As limitações do estudo dizem respeito às diferenças culturais entre as regiões do país e à predominância de respondentes gaúchos na amostra. Discute-se a necessidade de investir em intervenções de promoção do bem-estar durante a pandemia para mitigar os riscos de adoecimento mental da população.(AU)
In March 2020, the World Health Organization declared a New Coronavirus pandemic. Besides getting sick from the virus, it is known that epidemics and pandemics can also cause psychological illness in the population, due to the necessary changes during the period. Brazil has been widely criticized for its inefficient management of the pandemic. Currently, it ranks among the countries with the highest rates of infections and deaths. The objective of this study was to evaluate the presence of mental health risks of the Brazilian population during the period of the coronavirus pandemic and what possible mediating factor of mental illness. Participated in this study 738 people aged between 18 and 80 years (M = 32.9, SD = 10.9), 71.4% women. It was a cross-sectional study and the instruments used were a sociodemographic questionnaire, the Self Report Questionnaire-20 and Personal Wellbeing Index. The PROCESS package for SPSS was used for the moderation analyses. The results found indicate that well-being has a moderating role in mental illness, regardless of the presence or absence of a previous diagnosis of mental disorder. Well-being significantly reduced the signs and symptoms of mental illness in this sample, proving to be an important factor in promoting mental health. The limitations of the study concern the cultural differences between the regions of the country and the predominance of respondents from Rio Grande do Sul in the sample. The need to invest in wellness promotion interventions during the pandemic to mitigate the risks of mental illness in the population is discussed.(AU)
En marzo de 2020, la Organización Mundial de la Salud declaró una Nueva Pandemia de Coronavirus. Además de la enfermedad por el virus, se sabe que las epidemias y pandemias también pueden causar enfermedades psicológicas en las poblaciones, debido a los cambios necesarios en el periodo de la epidemia. Brasil ha sido ampliamente criticado por su ineficiente gestión de la pandemia. En la actualidad, se encuentra entre los países con mayores tasas de infecciones y muertes. El objetivo de este estudio fue evaluar la presencia de riesgos para la salud mental de la población brasileña durante el período de la pandemia de coronavirus y cuál es el posible factor mediador de la enfermedad mental. Participaron en este estudio 738 personas con edades comprendidas entre los 18 y los 80 años (M = 32,9, DT = 10,9), 71,4% mujeres. Fue un estudio transversal y los instrumentos utilizados fueron un cuestionario sociodemográfico, el Self Report Questionnaire-20 y Personal Wellbeing Index. Para los análisis de moderación se utilizó el paquete PROCESS para SPSS. Los resultados encontrados indican que el bienestar tiene un papel moderador en el deterioro mental, independientemente de la presencia o no de un diagnóstico previo de trastorno mental. El bienestar redujo significativamente los signos y síntomas de la enfermedad mental en esta muestra, demostrando ser un factor importante para la promoción de la salud mental. Las limitaciones del estudio se refieren a las diferencias culturales entre las regiones del país y al predominio de encuestados de Rio Grande do Sul en la muestra. Se discute la necesidad de invertir en intervenciones para promover el bienestar durante la pandemia para mitigar los riesgos de enfermedad mental de la población.(AU)