Relação entre variáveis sociodemográficas, comportamentos na pandemia Covid-19 e aspectos psicológicos
Relationship between sociodemographic variables, Covid-19 pandemic behaviors, and psychological aspects
Rev. Bras. Psicoter. (Online); 23 (3), 2021
Publication year: 2021
O presente estudo buscou analisar a relação entre variáveis sociodemográficas (idade, sexo, número de pessoas que moram juntas, tipo de residência, renda e diagnóstico psiquiátrico prévio), comportamentos relacionados à pandemia (tempo diário de aprendizado sobre o Covid-19 e concordância com medidas de distância social) e aspectos psicológicos relacionados à saúde mental geral (bem-estar psicológico, saúde mental, solidão, ansiedade, estresse e depressão). Este estudo transversal quantitativo foi composto por 543 adultos, com idade entre 18 e 76 anos (M = 37,01; DP = 12,85), em sua maioria mulheres. Foram aplicados questionários sobre comportamentos de isolamento durante a pandemia Covid-19, questionário WHO-5, GHQ-12, UCLA, GAD-7, PSS-10 e CES-D. Os dados foram coletados online em todas as regiões brasileiras. Realizamos análise de regressão linear para cada variável dependente (bem-estar, saúde mental, solidão, ansiedade, estresse e depressão). Os resultados indicam que maior renda, morar em casa e não ter diagnóstico psiquiátrico estão associados a maiores escores de bem-estar. Além disso, essas mesmas variáveis sociodemográficas estão negativamente associadas a maiores escores de solidão, estresse, ansiedade e depressão. Concordar com procedimentos de distanciamento social está associado a melhores indicadores de bem-estar e menores escores de ansiedade e estresse. Nós podemos considerar com base nos resultados que fatores sociais, como o tipo de residência e renda, influenciam na qualidade de vida e refletem diretamente na saúde mental. Quanto ao comportamento durante a pandemia, seguir as medidas de distanciamento social pode reduzir a ansiedade e o estresse, melhorando a sensação de bem-estar. Essas descobertas podem ajudar a formular políticas públicas de saúde preventivas.(AU)
The present study sought to analyze the relationship between sociodemographic variables (age, sex, number of people living together, type of residence, income, and previous psychiatric diagnosis), behaviors related to the pandemic (daily learning time about Covid-19 and agreement with measures of social distance) and psychological aspects related to general mental health (psychological well-being, mental health, loneliness, anxiety, stress, and depression). This quantitative cross-sectional study consisted of 543 adults aged 18 and 76 years (M = 37.01; SD = 12.85), mostly women. Questionnaires on isolation behaviors during the Covid-19 pandemic, WHO-5, GHQ-12, UCLA, GAD-7, PSS-10, and CES-D questionnaires were applied. Data were collected online in all Brazilian regions. We performed linear regression analysis for each dependent variable (well-being, mental health, loneliness, anxiety, stress, and depression). The results indicate that higher income, living at home, and not having a psychiatric diagnosis are associated with higher well-being scores. Furthermore, these same sociodemographic variables are negatively associated with higher loneliness, stress, anxiety, and depression scores. Agreeing with social distancing procedures is associated with better indicators of well-being and lower anxiety and stress scores. Based on the results, we can consider that social factors, such as type of residence and income, influence quality of life and directly reflect mental health. As for behavior during the pandemic, following social distancing measures can reduce anxiety and stress, improving feelings of well-being. These findings can help formulate public preventive health policies.(AU)
El presente estudio buscó analizar la relación entre variables sociodemográficas (edad, sexo, número de personas que conviven, tipo de residencia, ingresos y diagnóstico psiquiátrico previo), conductas relacionadas con la pandemia (tiempo de aprendizaje diario sobre Covid-19 y concordancia con medidas de distancia social) y aspectos psicológicos relacionados con la salud mental en general (bienestar psicológico, salud mental, soledad, ansiedad, estrés y depresión). Este estudio transversal cuantitativo consistió en 543 adultos, con edades entre 18 y 76 años (M = 37.01; DT = 12.85), en su mayoría mujeres. Se aplicaron cuestionarios sobre comportamientos de aislamiento durante la pandemia Covid-19, WHO-5, GHQ-12, UCLA, GAD-7, PSS-10 y CES-D. Los datos se recopilaron en línea en todas las regiones brasileñas. Realizamos análisis de regresión lineal para cada variable dependiente (bienestar, salud mental, soledad, ansiedad, estrés y depresión). Los resultados indican que los ingresos más altos, vivir en casa y no tener un diagnóstico psiquiátrico se asocian con puntajes de bienestar más altos. Además, estas mismas variables sociodemográficas se asocian negativamente con puntuaciones más altas de soledad, estrés, ansiedad y depresión. Estar de acuerdo con los procedimientos de distanciamiento social se asocia con mejores indicadores de bienestar y menores puntuaciones de ansiedad y estrés. Con base en los resultados, podemos considerar que factores sociales, como el tipo de residencia y los ingresos, influyen en la calidad de vida y repercuten directamente en la salud mental. En cuanto al comportamiento durante la pandemia, seguir las medidas de distanciamiento social puede reducir la ansiedad y el estrés, mejorando la sensación de bienestar. Estos hallazgos pueden ayudar a formular políticas públicas de salud preventiva.(AU)