Reflexões sobre as diretrizes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família acerca do profissional fisioterapeuta
Reflections on Family Health Support Center guidelines about the physiotherapist professional

Rev. APS; 22 (4), 2021
Publication year: 2021

No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda não existe uma política pública de saúde consolidada sobre o papel da Fisioterapia, em particular na Atenção Básica (AB). O perfil epidemiológico e a transição demográfica brasileira levam a fisioterapia a rever sua práxis profissional e adequar suas ações para a AB, visando a maior integralidade e resolubilidade dos problemas de saúde da população neste nível de atenção. Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) criados em 2008 são a maior oportunidade de inserção do Fisioterapeuta na AB. O objetivo deste trabalho foi realizar uma reflexão crítica do capítulo direcionado a Fisioterapeutas nas diretrizes do NASF, de 2009. O texto apresenta-se confuso sobre a atuação deste profissional na AB, e ainda direciona muito suas práticas à reabilitação. Considera o Fisioterapeuta como profissional de reabilitação para atuar com idosos/deficientes, o que é um contrassenso ao que se preconiza como ações para a atenção primária em saúde, tanto pela restrição às ações de reabilitação, quanto por colocar apenas duas condições de saúde como aptas à atuação da fisioterapia. O documento traz direcionamentos para atuação do fisioterapeuta apenas para idosos e deficientes, não considerando todos os problemas de saúde que a população está exposta. A apresentação do conteúdo destinado a fisioterapeutas difere da apresentação de outros profissionais da saúde que também atuam no NASF, tendo estes direcionamentos mais específicos. Conclui-se que a referida diretriz não fortalece a atual demanda da população sobre as práticas do Fisioterapeuta na AB, tampouco auxilia na quebra de paradigma do fisioterapeuta como profissional exclusivo da reabilitação. São necessárias novas políticas públicas de saúde voltadas para o trabalho do fisioterapeuta na AB para que esse profissional possa ampliar suas ações neste nível de atenção.
Within the scope of the Unified Health System (SUS), there is still no consolidated public health policy on the role of Physical Therapy, particularly in Basic Care (AB). The epidemiological profile and the Brazilian demographic transition lead physiotherapy to review its professional practice and adjust its actions to the AB, aiming for greater comprehensiveness and resolubility of the population's health problems at this level of attention. The Family Health Support Centers (NASF) created in 2008 are the greatest opportunity for the insertion of the Physiotherapist in the AB. The objective of this work was to carry out a critical reflection on the chapter directed to Physiotherapists in the NASF 2009 guidelines . The text is confusing about the performance of this professional in the AB, and still directs its practices to rehabilitation too much. It considers the Physiotherapist as a rehabilitation professional to work with the elderly / disabled, which is a contradiction to what is advocated as actions for primary health care, both by restricting rehabilitation actions, and by placing only two health conditions as suitable to physiotherapy. The document brings directives for the Physiotherapist only for the elderly and disabled, not considering all the health problems that the population is exposed to. The presentation of the content intended for Physiotherapists differs from the presentation of other health professionals who also work at NASF, as they have more specific directives. It was concluded that this guideline does not strengthen the current demand of the population on the practices of the Physiotherapist in the AB, nor does it help with breaking the paradigm of the Physiotherapist as a professional exclusive to rehabilitation. New public health policies aimed at the work of the Physical Therapist in AB are necessary so that this professional can expand his actions to this level of attention.

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