Medicina (Ribeirao Preto, Online); 53 (3), 2020
Publication year: 2020
RESUMO:
Introdução: A encefalite viral é uma condição com altas taxas de morbimortalidade, e um melhor entendimento de sua epidemiologia pode colaborar para a construção de estratégias de prevenção e controle. Diante disso, este estudo se propôs a traçar um perfil epidemiológico para a encefalite viral no Brasil no ano de 2018 a partir de dados de internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos:
Estudo ecológico de análise espacial. Os dados estudados foram relativos às internações hospitalares por encefalite viral no SUS em 2018, estratificadas por unidade da federação (UF), sexo e faixa etária. A distribuição geográfica foi abordada exploratoriamente, já as variáveis sexo e faixa etária foram abordadas analiticamente. Resultados:
Foram registradas 2075 internações, com taxa de 0,99/105 habitantes. As taxas para cada UF foram representadas a partir de um mapa colorimétrico, enquanto as taxas para cada sexo e faixa etária foram representadas em uma tabela comparativa univariada. Discussão:
Observou-se ampla variação numérica das taxas de internação dentre as UF, sendo Pernambuco o estado com maior incidência (4,13/105 habitantes) e Paraíba o estado com menor (0,29/105 habitantes). Foi constatada associação significativa com o risco de internação hospitalar por encefalite viral para o sexo masculino e para as faixas etárias de 1 a 4 anos (RR: 3,28) e menores de 1 ano (RR: 6,02). Conclusão:
UF, gênero e faixa etária foram determinantes importantes da taxa de internação hospitalar por encefalite viral. Todavia, carecem de estudos atuais no Brasil e no mundo para a melhor caracterização da epidemiologia da encefalite viral. (AU)
ABSTRACT:
Introduction: Viral encephalitis is a condition with high morbidity and mortality rates, and a better understanding of its epidemiology may contribute to the construction of prevention and control strategies. For this reason, this study aimed to draw an epidemiological profile for viral encephalitis in Brazil in 2018 from data on hospitalizations in the Unified Health System (SUS). Methods:
Ecological study of spatial analysis. The data studied were hospitalizations for viral encephalitis in SUS in 2018, stratified by federation unit (FU), gender, and age group. The geographical distribution was approached in an exploratory way, whereas gender and age variables were analytically addressed. Results:
There were 2075 hospitalizations, with a rate of 0.99/105 inhabitants. The rates for each FU were represented in a colorimetric map, whereas the rates for each sex and age group were exemplified in a univariate comparative table. Discussion:
There was a wide numerical variation in hospitalization rates among the FUs, with Pernambuco being the state with the highest incidence (4.13/105 inhabitants) and Paraíba with the lowest (0.29/105 inhabitants). A significant association was found with the risk of hospitalization for viral encephalitis for males and the ages from 1 to 4 years (RR: 3.28) and under one year (RR: 6.02). Conclusion:
FU, gender, and age group were important determinants of the hospitalization rate due to viral encephalitis. However, current studies are needed in Brazil and worldwide to better characterize the epidemiology of viral encephalitis. (AU)