Saúde mental, arte e desinstitucionalização: um relato estético-poético-teatral de uma ocupação da cidade
Mental health, art, and deinstitutionalization: an aesthetic-poetic-theatrical account of the city's occupation
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 27 (1), 2022
Publication year: 2022
Resumo Objetivou-se relatar a experiência de uma produção estética, poética e teatral de ocupação da cidade a partir de um dispositivo da Rede de Atenção Psicossocial, com vistas a oferecer espaço de sociabilidade, produção e intervenção cultural. Trata-se de um relato de experiência a partir do Centro de Convivência e Cultura (CECCO) de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, dentro do campo da desinstitucionalização da loucura e da saúde mental. A intervenção urbana "O Pequeno Príncipe ocupa a Ribeira" foi inspirada na obra do escritor Saint-Exupéry. Os atos artísticos e criativos relatados aconteceram em dezembro de 2019. Experimentamos nessa intervenção os alcances de uma clínica-estética que, ao se abrir para a rua e para a arte, se amplia e se tece no território, instrumentalizado pelo teatro, dança, poesia, percussão, artesanato e ocupação da cidade. O movimento gerou no coletivo um "descer do palco" em direção à rua e se conecta com a desconstrução do modelo manicomial e produção da clínica dos afetos que buscamos sustentar no cotidiano do serviço.
Abstract This study aimed to report the experience of an aesthetic, poetic, and theatrical production of the city's occupation from a device of the Psychosocial Care Network to offer space for sociability, production, and cultural intervention. This is an account of an experience from the Social and Cultural Center (CECCO) in Natal, Rio Grande do Norte, Brazil, within madness and mental health deinstitutionalization. The intervention "The Little Prince occupies the Ribeira" was inspired by the work of author Saint-Exupéry. The artistic and creative acts reported occurred in December 2019. We experienced in this intervention the reach of an aesthetic clinic that, when opened to the street and art, expanded and weaved in the territory, instrumentalized by theater, dance, poetry, percussion, crafts, and city's occupation. The movement led the community to "step down from the stage" to the streets and is connected with the twist of the asylum model and the production of the affection clinic that we seek to sustain in the daily service.