Rev. bras. ter. intensiva; 33 (4), 2021
Publication year: 2021
RESUMO Objetivo:
Descrever o conhecimento de profissionais de saúde relacionado com doação de pulmão e manejo do doador. Métodos:
Realizou-se estudo descritivo, transversal, com base em levantamento anônimo conduzido entre março e setembro de 2019 envolvendo profissionais de saúde registrados na Sociedad Argentina de Terapia Intensiva. Resultados:
Dentre os 736 participantes, a média de idade foi de 30,5 anos (desvio-padrão de 8,9), sendo 61,3% do sexo feminino. Dentre os participantes, 60% eram médicos, 21,5% enfermeiros e 17,9% fisioterapeutas. Dentre os participantes, 68% se consideravam adequadamente informados com relação à procura de órgãos, e 79,8% afirmaram estar cientes do manejo de um potencial doador sob terapia intensiva. Os critérios relativos a um doador de pulmão foram respondidos corretamente por 71,3% dos participantes. Entretanto, após a morte cerebral do doador, 51% dos participantes não fariam modificações nos parâmetros de ventilação mecânica, 22,9% não sabiam quais parâmetros reprogramar, e 44,5% escolheriam um volume corrente de 6 - 8mL/kg e pressão positiva expiratória final de 5cmH2O. Para 85% dos profissionais de saúde, o tipo de teste de apneia escolhido foi desconexão do ventilador, e apenas 18,5% utilizariam um protocolo de controle. As intervenções mais frequentemente utilizadas no caso de pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio < 300 foram titulação da pressão positiva expiratória final, aspiração traqueal em circuito fechado e manobras de recrutamento. Conclusão:
Os profissionais de saúde que participaram deste levantamento na Argentina responderam corretamente à maior parte das questões relacionadas aos critérios para o doador de pulmão. Contudo, faltou-lhes um conhecimento detalhado relativo aos parâmetros ventilatórios, às estratégias ventilatórias e aos protocolos para doadores de pulmão. Programas educacionais são fundamentais para otimizar a doação de múltiplos órgãos e devem focalizar a proteção dos pulmões do doador, com objetivo de incrementar o número de órgãos disponíveis para transplante.
ABSTRACT Objective:
To describe health care providers' knowledge about lung donation and donor lung management. Methods:
A descriptive, cross-sectional study based on an anonymous survey was conducted between March and September 2018 among health care professionals registered to Sociedad Argentina de Terapia Intensiva. Results:
Of the 736 respondents, the mean age was 40.5 years (standard deviation 8.9), and 61.3% were female. Sixty percent were physicians, 21.5% were nurses, and 17.9% were physiotherapists. Seventy-eight percent considered themselves appropriately informed about organ procurement, and 79.8% stated that they knew potential organ donor critical care management. The lung donor criteria were answered correctly by 71.3% of the respondents. However, after the donor's brain death, 51% made no changes to ventilator parameters, 22.9% were not aware of which parameters to reprogram, and 44.5% selected tidal volume of 6 - 8mL/kg and positive end expiratory pressure of 5cmH2O. For 85% of the health care providers, the type of apnea test chosen was disconnection from the ventilator, and only 18.5% used a lung management protocol. The most frequent interventions used in the case of arterial oxygen partial pressure/fractional inspired oxygen < 300 were positive end expiratory pressure titration, closed-circuit endotracheal suctioning, and recruitment maneuvers. Conclusion:
Health care professionals surveyed in Argentina correctly answered most of the questions related to lung donor criteria. However, they lacked detailed knowledge about ventilatory settings, ventilatory strategies, and protocols for lung donors. Educational programs are key to optimizing multiorgan donation and should be focused on protecting the donor lungs to increase the numbers of organs available for transplantation.