Rev. APS; 23 (1), 2021
Publication year: 2021
Objetivo:
Descrever a experiência de uso do enfoque estratégico-situacional para
o rastreamento do câncer do colo do útero em um estudo de coorte. Métodos:
A descrição desta experiência é relativa à segunda fase de um estudo de coorte,
realizada no período de 2015-2016. A primeira fase da coleta de dados ocorreu
em 2010-2012, contemplando 778 mulheres, entre 20 e 59 anos, residentes na
área de abrangência de duas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Visando reavaliar
as participantes, adotou-se o enfoque estratégico-situacional, concebido por
quatro momentos de ação: explicativo (conduziu-se um diagnóstico do serviço das
UBSs); normativo (definiram-se os objetivos a serem alcançados e formularam-
se intervenções); estratégico (traçaram-se os mecanismos de viabilidade); tático-
operacional (executaram-se, monitoraram-se e avaliaram-se as estratégias pré-estabelecidas). Ao final da segunda fase da coorte, após a realização de práticas
educativas de promoção da saúde – com orientações a respeito da pertinência
do teste de Papanicolaou – e a eliminação de barreiras de acesso à consulta
ginecológica, do total de participantes elegíveis (n = 535), submeteram-se 479
às entrevistas e consultas ginecológicas, ou seja, obteve-se uma taxa de adesão
equivalente a 89,5%. Conclusão:
Apenas uma pequena parcela das mulheres se
mostrou resistente à nova captação. O enfoque estratégico-situacional foi, portanto,
elementar para a sistematização do processo de rastreamento do câncer do colo
do útero. O reconhecimento de que todos os profissionais do serviço eram atores
aptos a contribuir para o planejamento representou o ponto-chave na tomada de
decisão e na delimitação de estratégias.
Objective:
To describe the experience of the strategic-situational planning for
cervical cancer screening in a cohort study. Methods:
The description of this
experience concerns the second phase of a cohort study, conducted in the period
of 2015-2016. The first phase of the study was conducted in 2010-2012, comprising
778 women, aged 20-59, residing in areas covered by two Primary Health Care Units
(PHCU). To re-evaluate the participants, we adopted a strategic-situational planning,
with four steps: explanatory (conduced a diagnosis of the PHCU service); normative
(defined the objectives to be achieved and formulated for interventions); strategy
(outlining feasibility mechanisms); and tactical-operational (pre-established tasks
were executed, monitored and evaluated). In the end of the second phase of
the cohort, after educational practices for health promotion – with orientations
about the relevance of Papanicolaou test – and also after the elimination of access
barriers to gynecological appointments, 479 women were evaluated (out of a total
of 535 eligible women). Therefore, the rate of adhesion was 89.5%. Conclusion:
Just a small proportion of the eligible women was resistant to new uptake. The
strategic-situational planning was considered elementary for the systematization of
cervical cancer screening process. The recognition of the importance of all health
professionals contributed to the planning and represented the key point in making
decisions and in the delimitation of strategies.