RFO UPF; 24 (3), 2019
Publication year: 2019
Objetivo:
a literatura tem apontado para uma pequena sensibilização e capacitação dos profissionais de
saúde ao acolher e atender a população LGBT. O presente estudo objetivou relatar um caso clínico de uma
usuária trans e discutir aspectos importantes sobre o atendimento e o acolhimento de transexuais e travestis.
Relato de caso:
a usuária, nome social de “A”, 25 anos de idade, sexo biológico masculino e gênero feminino
foi encaminhada da Unidade Básica de Saúde com queixas estéticas e cálculo supra/subgengival. A usuária
chegou ao atendimento já apresentando sinais claros de desconforto e reclusão. Ao observar tal estado foi
indagado à usuária, no início da entrevista dialogada, se ela teria outro nome em que gostaria de ser identificada.
Então, prontamente a paciente identificou seu nome social. A partir daquele momento, J.F.C.P.,
passou a ser “A” durante todo o atendimento, bem como seu direito lhe assegura. Em seguida, a usuária já
demonstrou estar mais confortável e receptiva a conversa da entrevista dialogada, fortalecendo o vínculo
com a estudante. Ainda durante a entrevista, a usuária demonstrou ter dúvidas em relação a alguns de seus
direitos enquanto mulher trans, como por exemplo, o uso do nome social no cartão do SUS. Considerações
Finais:
o profissional de saúde tem como principal papel no acolhimento de transexuais e travestis a criação
de um vínculo isento de preconceitos. Assim, é dever do profissional atualizar-se em relação a questões de
gênero e sexualidade a fim de prevenir situações e propagações de preconceito, discriminação e violência.(AU)
Objective:
The literature has indicated a low level
of awareness and training of health professionals
in welcoming and serving the LGBT population.
The present study aimed to report a clinical case
of a trans user and discuss important aspects about
the care and reception of transsexuals and transvestites.
Case report:
The user, with a social name
of “A”, 25 years old, male biological sex and female
gender, was referred from the Basic Health
Unit with aesthetic complaints and supra/subgingival
calculus. The user arrived at the service already
presenting clear signs of discomfort and seclusion. Considering such a state, the user was asked
at the beginning of the dialog interview whether
she had another name in which she would like to
be identified. Then, the patient promptly identified
her social name. From that moment, J.F.C.P.
became “A” throughout the service, as assured by
her rights. After this, the user was already more
comfortable and receptive to the conversation in
the interview, strengthening the bond with the student.
During the interview, the user also expressed
doubts about some of her rights as a trans woman,
such as the use of the social name on her public
health system card. Final considerations:
The
main role of health professionals in the reception
of transsexuals and transvestites is to create a bond
free of prejudices. Thus, professionals have a duty
to be updated on issues of gender and sexuality to
prevent situations and propagations of prejudice,
discrimination, and violence.(AU)