Medicina (Ribeirao Preto, Online); 53 (1), 2020
Publication year: 2020
RESUMO:
Objetivo: Verificar a incidência de near miss neonatal (NMN), indicador de “quase morte” por complicações pré ou pós-natais, em uma maternidade de médio porte no Nordeste brasileiro. Modelo do estudo:
Coorte retrospectiva, com abordagem indutiva e procedimentos descritivos. Metodologia:
Analisou-se prontuários de nascidos no mês de janeiro de 2016, identificando-se os casos de NMN conforme os seguintes critérios: idade gestacional < 32 semanas, recém-nascido (RN) que necessitou de manobra de reanimação ou deprimido, peso ao nascimento < 1500 g, necessidade de cuidados em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), necessidade de ventilação mecânica, escore de Apgar no 1º e 5º minutos < 7. Para verificar a associação entre as variáveis maternas e o diagnóstico de NMN, foi utilizado o teste t de Student. Resultados:
Foram avaliados 120 RN. Dentre eles, 26 nascidos de parto normal e 94 de parto cesáreo. A média de idade materna foi de 26,61 (±7,9). A maioria das genitoras apresentava doenças cardiovasculares (71,7%) e 70,8% pré-natal com número de consultas inferior a sete. Identificou-se uma incidência de 30% de NMN, sendo a maioria do sexo masculino (55%). A taxa de internação na UTIN foi de 17,5%. O menor número de filhos vivos e médias superiores de partos cesáreos apresentaram associação significativa (p < 0,05) com o NMN. Conclusão:
O indicador de NMN apresentou uma elevada incidência, mesmo em hospital de referência para gestação de alto risco, sendo um método de grande relevância para avaliação e prevenção de morbidades graves do RN. (AU)
ABSTRACTObjective:
Verifying the incidence of neonatal near miss (NNM), an indicator of “near-death” due to pre or postnatal complications, in a medium-sized maternity hospital in the Northeast of Brazil. Study model:
retrospective cohort, with an inductive approach and descriptive procedures. Method:
Birth charts were analyzed during January 2016, and NNM cases were identified according to the following criteria: gestational age < 32 weeks, newborn (NB) requiring resuscitation or depressed maneuver, birth weight < 1500 g, need for care in a neonatal intensive care unit (NICU), need for mechanical ventilation, Apgar score at 1 and 5 minutes ≤ 7. To verify the association between maternal variables and NMN diagnosis the Student’s t-test was used. Results:
120 NB were evaluated. Among them, 26 born of normal birth and 94 of cesarean delivery. The mean maternal age was 26.61 (± 7.9). The majority of the mothers had cardiovascular diseases (71.7%) and 70.8% had a prenatal visit with several consultations below seven. An incidence of 30% of NNM was observed, most of them male (55 %). The hospitalization rate in the NICU was 17.5%. The lower number of live children and higher mean cesarean births had a significant association (p <0.05) with the NNM. Conclusion:
The NNM indicator presented a high incidence, even in a reference hospital for a high-risk pregnancy, being a highly relevant method for the evaluation and prevention of severe morbidity in the NB. (AU)