Adesão à terapêutica medicamentosa e fatores associados em Diabetes Mellitus tipo 2

Botrel, Felipe Zacaroni; Faria, Karine Joice; Silva, Barbara Aléxia Batista e; Nascimento, Gabriela Franco; Diniz, Mariana Moreira; Morais, Aisha Aguiar; Cortez, Daniel Nogueira

RESUMO:

Introdução: o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é condição crônica que frequentemente cursa com baixa adesão ao tratamento.

Objetivo:

o presente estudo avaliou a prevalência de adesão à terapêutica medicamentosa e fatores associados em pessoas com DM2 assistidas pela Estratégia Saúde da Família (ESF).

Método:

trata-se de estudo observacional transversal realizado na ESF da zona urbana de um município de médio porte de Minas Gerais, com amostra randômica de 190 participantes.

Foram utilizados dois instrumentos validados:

Medida de Adesão ao Tratamento (MAT), que avalia o uso diário de medicamentos prescritos, e teste de Batalla, que avalia adesão através do conhecimento em DM2. O perfil socioeconômico e clínico foi coletado por questionário elaborado pelos autores.

Principais resultados:

a adesão avaliada pelo MAT (84,2%) se contrapôs àquela estimada pelo teste de Batalla (44,2%). Maiores valores apresentados pelo MAT obtiveram associação significativa com polifarmácia (OR=2,7; IC 95%=1,2-6,1). Melhor adesão pelo teste de Batalla obteve associação com idade abaixo de 60 anos (OR=3,7; IC 95%=1,9-7,1), presença de companheiro (OR=2,2; IC 95%=1,1-4,1), associação de antidiabético oral à insulina (OR=2,2; IC 95%=1,2-4,0) e cumprimento da meta de atividade física (OR=2,6; IC 95%=1,2-5,6).

Conclusão:

os índices de adesão ao uso diário de medicamentos e conhecimento em DM2 verificados pelo estudo são concordantes com a literatura. Piores resultados presentes na população idosa e sem companheiro evidenciam grupo vulnerável que deve receber especial atenção das equipes de saúde. (AU)

ABSTRACT:

Introduction: type 2 Diabetes Mellitus (DM2) is a chronic condition that often goes hand in hand with poor treatment compliance.

Objective:

this study assessed the prevalence of drug treatment compliance and associated factors in people with DM2 assisted by the Family Health Strategy (FHS).

Methods:

this is a cross-sectional observational study conducted in the urban FHS of a medium-sized municipality in Minas Gerais, with a random sample of 190 participants.

Two validated instruments were used:

the Treatment Adherence Measure (TAM), which assesses the daily use of prescribed medications, and the Batalla test, which assesses adherence through knowledge of DM2. The socioeconomic and clinical profile was collected by a questionnaire prepared by the authors.

Main results:

adherence assessed by TAM (84.2%) contrasted with that estimated by the Batalla test (44.2%). Higher TAM values were significantly associated with polypharmacy (OR=2.7; 95% CI=1.2-6.1). Better adherence by Batalla test was associated with age below 60 years (OR=3.7; 95% CI=1.9-7.1), presence of partner (OR=2.2; 95% CI=1.1-4.1), association of oral antidiabetic to insulin (OR=2.2; 95% CI=1.2-4.0) and compliance with the goal of physical activity (OR=2.6; 95% CI=1.2-5.6).

Conclusion:

the rates of adherence to the daily use of medicines and knowledge about DM2 verified by the study agree with the literature. Worse results in the elderly and those without a partner show a vulnerable group that should receive special attention from health teams. (AU)