Diagn. tratamento; 27 (1), 2022
Publication year: 2022
Contextualização:
A rinossinusite aguda corresponde a um processo inflamatório de elevada prevalência, podendo ter componente infeccioso ou não. A maioria é de causa viral, mas o quadro pode ser bacteriano, fúngico, alérgico, ou causado por irritantes ambientais, associando-se à obstrução das vias de drenagem dos seios paranasais. Objetivos:
Este estudo avaliou a efetividade das intervenções para rinossinusite aguda, segundo as revisões sistemáticas da Colaboração Cochrane. Métodos:
Trata-se de overview de revisões sistemáticas Cochrane. Procedeu-se à busca na Cochrane Library (2021), sendo utilizado o termo MeSH “acute sinusitis”. Todos os estudos relacionados
à rinossinusite aguda foram incluídos. O desfecho primário de análise foi a melhora clínica. Resultados:
Seis estudos foram incluídos, totalizando 27 ensaios clínicos randomizados (ECRs) (n = 6.443 participantes). Para a redução dos sintomas, a corticoterapia tópica parece ser efetiva (evidência é limitada); não há evidência para anti-histamínico, descongestionantes e lavagem nasal; corticoterapia sistêmica em monoterapia parece ser ineficaz (evidência limitada); extrato de Cyclamen europaeum não mostrou evidência; Pelargonium sidoides parece ser efetivo (baixa qualidade da evidência) e antibióticos sistêmicos não se mostrou justificar. Discussão:
A amostragem nos estudos, em geral,
foi baixa. Não pôde ser demonstrada a eficácia com alto nível de evidência em nenhuma das intervenções avaliadas. Sugere-se a realização de novos ECRs, de qualidade, seguindo-se as recomendações do CONSORT (Consolidated Standards of Reporting Trials) Statement para melhor elucidação da questão. Conclusão:
Não há suporte com bom nível de evidência atualmente para qualquer intervenção terapêutica
para o tratamento da rinossinusite aguda, à luz das revisões sistemáticas da Cochrane.
PALAVRAS-CHAVE: Prática clínica baseada em evidências, revisão sistemática, terapêutica, tratamento farmacológico, sinusite