Rev. APS; 24 (3), 2021
Publication year: 2021
Introdução:
Políticas públicas nacionais são necessárias para consolidar a articulação entre o ensino e os serviços
de saúde no processo de formação profissional. Nesse sentido, a participação ativa de estudantes de Medicina e
médicos é essencial para mudar esse contexto. Objetivo:
Compreender as representações sociais de estudantes de
Medicina e médicos sobre as novas Políticas Públicas para a formação de médicos voltados às necessidades do SUS.
Método:
Pesquisa do tipo transversal com abordagem qualiquantitativa. A parte quantitativa contou com 124
professores médicos e 243 estudantes da primeira a sexta séries de Medicina. Os dados foram obtidos por meio da
aplicação de questionário e analisados pelo programa computacional SPSS v. 17. A qualitativa contou com 123
entrevistas em uma amostragem por sorteio. Os dados foram organizados pelo Discurso do Sujeito Coletivo.
Resultados:
A maioria dos estudantes não almeja atuar na Atenção Primária e dos docentes se mostra contra o
Programa Mais Médicos. A maior parte dos entrevistados se mostrou a favor de alterações na formação médica
para o SUS e que no internato devem ser desenvolvidas atividades na Atenção Primária e em Urgência e
Emergência. Conclusões:
Entre as formas de desenvolver conteúdos e práticas essenciais à formação médica há a
articulação efetiva entre instituição de ensino e rede de saúde. Entretanto, é fato que o exercício da prática médica
na APS implica, potencialmente, o encontro com ambientes de grandes dificuldades sociais e com a vida cotidiana
que se opõe a panoramas idealizados que muitos estudantes constituem para si e para o exercício de sua profissão.
Introduction:
National public policies are needed to consolidate the link between education and health services in
the professional training process. In this sense, the active participation of medical students and physicians is
essential to change this context. Objective:
To understand the social representations of medical students and
physicians regarding new Public Policies to train physicians focused on the needs of the SUS. Method:
Cross-
sectional research with a quali-quantitative approach. One hundred and twenty-four medical professors and 243
students from the first to the sixth grade of medicine participated in the study. Data were obtained through the
application of a questionnaire and analyzed by the computer program SPSS v.17. The qualitative approach included
123 interviews in a random sampling. Data were organized by the Discourse of the Collective Subject. Results:
Most
students do not intend to work in Primary Care and teachers are against the “Mais Médicos” (“More Physicians”)
Program. Most respondents were in favor of promoting changes in medical training for the SUS and having
internship activities being developed in Primary Care and in Emergency. Conclusions:
Among the ways to develop
content and practices essential to medical training there is the effective articulation between educational
institution and health network. However, it is a fact that the exercise of medical practice in PHC potentially implies
finding environments of great social difficulties and daily life that opposes idealized panoramas that many students
constitute for themselves and for their profession.