Medicina (Ribeirao Preto, Online); 54 (4), 2021
Publication year: 2021
RESUMO:
Objetivos: Apresentar um caso raro de cetoacidose diabética (CAD) e pancreatite secundários ao uso de PEG-asparaginase em paciente pediátrico em tratamento para leucemia linfoblástica aguda (LLA) e alertar quanto aos sinais que remetem a esses diagnósticos. Descrição do caso:
Adolescente do sexo feminino, 10 anos e 11 meses, em tratamento para LLA e uso prévio de PEG-asparaginase há seis dias da internação, admitida com choque hipotensivo grave e encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva. Inicialmente o quadro foi interpretado como choque séptico. Em seguida a anamnese detalhada e os exames laboratoriais direcionaram para os diagnósticos de CAD e pancreatite, iniciando-se as intervenções específicas. Recebe alta hospitalar após 30 dias, sem necessidade de insulinoterapia, mas com reposição de enzimas pancreáticas. Comentários:
Geralmente, às crianças com LLA gravemente enfermos e leucopênicos, atribui-se apenas o diagnóstico de sepse, que é um diagnóstico prioritário. Entretanto, no grupo em uso de PEG-asparaginase, o pediatra emergencista deve estar alerta ao raciocínio diferencial envolvendo CAD e pancreatite, o que pode ser bem difícil inicialmente. O alerta dos diagnósticos diferenciais do choque séptico, mesmo que raros, na assistência a pacientes oncológicos pediátricos, além da correta e pronta identificação do quadro e seu manejo apropriado, correlacionam-se diretamente ao sucesso terapêutico e, em algumas situações, à sobrevivência do paciente. (AU)
ABSTRACT:
Objectives: We present a rare case of diabetic ketoacidosis (DKA) and pancreatitis secondary to the use of PEG-asparaginase in a pediatric patient being treated for acute lymphoblastic leukemia (ALL) and draw attention to the signs that refer to these diagnoses. Case description:
A female adolescent, aged 10 years and 11 months, undergoing treatment for ALL, used PEG-asparaginase for 6 days prior to admission. She was hospitalized due to severe hypotensive shock and was then referred to the intensive care unit. Initially, the clinical condition was interpreted as septic shock. However, detailed anamnesis and results of laboratory tests led to the diagnoses of DKA and pancreatitis; hence, appropriate interventions were initiated. She was discharged after 30 days without the need for insulin therapy but received pancreatic enzyme replacement therapy. Comments:
Generally, diagnosing severely ill and leukopenic children with ALL is only attributed to sepsis, which is a priority diagnosis. However, in the group treated with PEG-asparaginase, the pediatric emergency specialist should consider differential reasoning in patients with DKA and pancreatitis, which can be quite difficult to assess initially. Alertness towards the differential diagnoses of septic shock, although rare, in the care of pediatric oncology patients, in addition to the correct and prompt identification of the condition and provision of appropriate management, directly correlates with treatment success and, in some situations, the improvement in patient’s survival. (AU)