Demetra (Rio J.); 15 (1), 2020
Publication year: 2020
Introdução:
A gestação é uma etapa fisiológica que requer acompanhamento de saúde adequado, com vistas ao desfecho positivo para mãe e bebê. Dentre outros cuidados previstos no acompanhamento pré-natal, o ganho de peso é parâmetro a ser monitorado sistematicamente, diante de sua relevância para a saúde materno-infantil e da relação entre ganho de peso inadequado e intercorrências na saúde. Objetivo:
Descrever o perfil de ganho de peso gestacional de puérperas assistidas em uma maternidade pública, segundo estado nutricional prévio e idade materna. Método:
Estudo epidemiológico transversal descritivo, de base primária (prontuário hospitalar) e secundária (entrevista), realizado em 2014, com amostra de 113 mulheres de 20 a 40 anos com até 48h pós-parto. O estado nutricional pré-gestacional foi avaliado por meio do Índice de Massa Corporal (IMC) e a avaliação da adequação do ganho de peso gestacional considerou as recomendações do Institute Of Medicine (IOM). Resultado:
73,5% tinham idade entre 20-29 anos; 69,9% realizaram seis ou mais consultas de pré-natal e 42,2% tinham excesso de peso (sobrepeso ou obesidade) prévio à gestação. O estado nutricional pré-gestacional, segundo idade, revelou que 35,5%(n=79) daquelas entre 20-29 anos e 60%(n=30) das entre 30-40 anos apresentavam excesso de peso prévio. Houve associação significativa (p<0,01) entre as variáveis “ganho de peso gestacional” e “estado nutricional prévio”. Dentre as que tiveram ganho de peso excessivo, 73,1% tinham excesso de peso prévio. Conclusão:
Parte expressiva das puérperas já possuía excesso de peso e teve ganho ponderal excessivo na gestação, sobretudo as mais velhas. Sugerem-se a idade materna e o estado nutricional prévio como fatores determinantes do ganho de peso e recomendam-se maior capilaridade e cobertura do acompanhamento nutricional pré-natal no sistema público de saúde como possibilidade de enfrentamento do ganho de peso excessivo, que contribui para o agravamento da epidemia de obesidade no Brasil. (AU)
Introduction:
Pregnancy is a physiological stage that requires adequate health
monitoring, with a view to achieving a positive outcome for the mother and the baby.
Among prenatal care activities, regular monitoring of weight gain is important because of the role such parameter plays in maternal and child health; moreover, inadequate
weight gain may lead to health complications. Objective:
To describe the pattern of
gestational weight gain of postpartum women assisted at a public maternity hospital,
according to their previous nutritional status and maternal age. Method:
Descriptive
cross-sectional epidemiological study, whose data were collected from primary
(hospital record) and secondary (interview) sources, in 2014, with a sample of 113
women aged 20 to 40 years up to 48 hours after childbirth. Pregestational nutritional
status was assessed using the Body Mass Index (BMI), and gestational weight gain
adequacy was assessed on the basis of the recommendations of the Institute of
Medicine (IOM). Result:
73.5% were aged 20-29 years; 69.9% made six or more prenatal
visits, and 42.2% had excess weight (overweight or obese) prior to pregnancy. Agespecific data on pregestational nutritional status showed that 35.5% (n = 79) of the
women between 20-29 years old and 60% (n = 30) of those between 30-40 years old
had previous excess weight. There was a significant association (p <0.01) between the
variables “gestational weight gain” and “previous nutritional status”. Among those who
had excess weight gain, 73.1% had previous excess weight. Conclusion:
Most of the
postpartum women had previous excess weight, and had excess weight gain during
pregnancy - especially the older ones. Maternal age and previous nutritional status can
be considered as determinants of weight gain. Also, widespread adoption and
coverage of prenatal nutritional monitoring are needed in the public health system to
help control excessive weight gain, which may aggravate the obesity epidemic in Brazil. (AU)