Demetra (Rio J.); 15 (1), 2020
Publication year: 2020
Introdução:
O sono é uma função cerebral importante, e seu padrão sofre importantes mudanças desde a infância até a adolescência, assinalado por um atraso progressivo na fase de sono no início da puberdade. A privação de sono compromete cognição, vigilância e memória, distúrbios do humor e implicações metabólicas. Objetivo:
Investigar a associação entre o padrão de sono, estado nutricional e risco cardiometabólico em adolescentes. Materiais e método:
Tratou-se de pesquisa transversal, com 339 adolescentes das escolas municipais de Santana de Parnaíba, com idade entre 12 e 15 anos. Medidas antropométricas como peso, altura, circunferência de cintura e pescoço e maturação sexual foram aferidas. Utilizou-se a escala de sonolência diurna, bem como os questionários de cronotipo de Munique e jet lag social. Resultados:
A pontuação na Escala de sonolência diurna pediátrica (ESDP) em meninas e meninos foi de 16,06 e 13,81, respectivamente. Segundo a classificação das horas de sono, não houve diferença no índice de massa corporal, circunferência de cintura e de pescoço. Verificaram-se mais horas de sono durante final de semana, independentemente do estado nutricional. A análise de regressão apontou que o sexo masculino e atividade física foram fatores protetores da sonolência diurna, já quanto maior a idade, cronotipo e jet lag social maior foi a sonolência diurna. O sexo masculino, pós-púbere, elevada circunferência de pescoço, excesso de peso e maior pontuação da ESPD associaram-se positivamente ao risco cardiovascular, já o jet lag social desempenhou fator protetor a esse risco. Conclusão:
O sono insuficiente em adolescentes gerou sonolência diurna e jet lag social, enquanto este último exerceu efeito protetor para doenças cardiometabólicas. (AU)
Introduction:
Sleep is an important brain function, and its pattern undergoes important
changes from childhood to adolescence, marked by a progressive delay in the sleep
phase at the beginning of puberty. Sleep deprivation hampers cognition, alertness and
memory, mood disorders and metabolic implications. Objective:
To investigate the
association between sleep patterns, nutritional status and cardiometabolic risk in
adolescents. Method:
This was a cross-sectional study involving 339 adolescents from
the municipal schools in a municipality of the Greater São Paulo, aged between 12 and
15 years. Anthropometric measurements such as weight, height, waist and neck
circumference and sexual maturation were measured. The daytime sleepiness scale was used, as well as the Munich chronotype and social jetlag questionnaires. Results:
The score on the Pediatric Daytime Sleepiness Scale (PDSS) in girls and boys was 16.06
and 13.81, respectively. According to the classification of hours of sleep, there was no
difference in body mass index, waist and neck circumference. More hours of sleep
were observed during weekends, regardless of nutritional status. The regression
analysis showed that male gender and physical activity were protective factors against
daytime sleepiness; in contrast, the older the age, the chronotype and social jetlag, the
greater the daytime sleepiness. Male gender, post-pubertal, high neck circumference,
overweight and higher PDSS score were positively associated with cardiovascular risk,
whereas the social jetlag played a protective factor against this risk. Conclusion:
Insufficient sleep in adolescents generated daytime sleepiness and social jetlag. The
latter had a protective effect against cardiometabolic diseases. (AU)