Serviço de atendimento móvel de urgências (SAMU) de Salvador, Bahia: atos institucionais e agentes sociais
Mobile emergency care service (SAMU) in Salvador, Bahia, Brazil: institutional acts and social agents
Servicio de urgencia móvil (SAMU) en Salvador, Bahía: actos institucionales y agentes sociales
Rev. baiana saúde pública; 44 (2), 2020
Publication year: 2020
A (re)organização dos serviços públicos de saúde é regulamentada por atos institucionais que revelam a ação do Estado como responsável pelo reconhecimento político das necessidades de saúde da população. Na estruturação da Política Nacional de Atenção às Urgências, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é considerado o principal componente da atenção pré-hospitalar. Este estudo objetivou compreender a implementação do Samu no munícipio de Salvador, no estado da Bahia, por meio do mapeamento e da descrição das normas legais que estruturam o serviço e seus componentes organizacionais, bem como identificar os agentes sociais dos espaços decisórios. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, com recorte temporal do período de 2002 a 2019. Foram analisados atos institucionais nos três níveis de governo, publicados em sítios eletrônicos oficiais de livre acesso. Selecionaram-se 17 normas, em que os componentes organizacionais estruturantes do serviço foram identificados em quatro categorias empíricas: gestão organizacional, gestão de pessoas, gestão de recursos materiais e insumos e gestão de regulação e informação. Foram utilizados constructos teóricos do Planejamento Estratégico em Saúde. Identificaram-se 17 agentes sociais do campo burocrático, relacionando os capitais político e científico, de acordo com a contribuição da sociologia de Pierre Bourdieu. Houve predominância de homens graduados em medicina. Os achados apontam que o Samu de Salvador tem uma execução fragmentada, dependente do cenário político nacional e de repasses financeiros federais, além do planejamento normativo centrado nas decisões do Ministério da Saúde.
The (re)organization of public health services is regulated by institutional acts that reveal the Stateʼs action as responsible for politically recognizing the health needs of the population. Within the National Emergency Care Policy, the Mobile Emergency Care Service (Samu) is considered the main component of pre-hospital care. This qualitative study sought to investigate the implementation of Samu in the municipality of Salvador, Bahia, Brazil by mapping and describing the legal standards that structure the service and its organizational components, as well as to identify the social agents in the decision-making spaces. Carried out from 2002 to 2019, the research analyzed institutional acts at all three levels of government, published on official open access website. Seventeen standards were selected, in which the organizational components structuring the service were identified in four empirical categories: organizational management, people management, management of material resources and inputs, and regulation and information management. Theoretical constructs of Strategic Health Planning were used. Seventeen bureaucratic social agents were identified, relating the political and scientific capitals, according to Pierre Bourdieu. There was a predominance of men with medical degrees. Results suggest that the Samu in Salvador has a fragmented execution, dependent on the national political scenario and on federal financial transfers, besides the normative planning centered on decisions from the Ministry of Health.
La (re)organización de los servicios de salud pública está regulada por actos institucionales, que revelan la acción del Estado como responsable del reconocimiento político de las necesidades sanitarias de la población. En la estructuración de la Política Nacional de Atención de Urgencias, el Servicio de Urgencia Móvil (Samu) se considera el componente principal de la atención prehospitalaria. Este estudio tuvo como objetivo comprender la implementación del Samu en el municipio de Salvador (Bahía, Brasil), a través del mapeo y la descripción de las normas legales que estructuran el servicio y sus componentes organizacionales, así como la identificación de los agentes sociales de los espacios de toma de decisiones. Se trata de un estudio cualitativo, realizado entre 2002 y 2019. Se analizaron los actos institucionales en los tres niveles de gobierno, publicados en sitios web oficiales de libre acceso. Se seleccionaron 17 estándares, en los cuales se identificaron los componentes organizacionales del servicio en cuatro categorías empíricas: gestión organizacional, gestión de personas, gestión de recursos materiales e insumos, y gestión de regulación e información. Se aplicaron constructos teóricos de la Planificación Estratégica de Salud. Se identificaron 17 agentes sociales del campo burocrático, relacionando capital político y científico, según el aporte sociológico de Pierre Bourdieu. Predominó el número de hombres graduados en medicina. Los hallazgos indican que el Samu de Salvador tiene una implementación fragmentada, dependiendo del escenario político nacional, transferencias financieras federales, además de la planificación normativa centrada en las decisiones del Ministerio de Salud.