A droga como dispositivo de controle social: uma análise das representações sociais do álcool, maconha e crack na imprensa brasileira
Las drogas como dispositivo de control social: un análisis de las representaciones sociales del alcohol, la marihuana y el crack en la prensa brasileña
Drugs as a social control device: an analysis of the social representations of alcohol, marijuana and crack in the brazilian press

Psicol. Estud. (Online); 27 (), 2022
Publication year: 2022

RESUMO. As drogas se consolidam como um dos arquétipos culturais predominantes no cotidiano das sociedades urbanas, sendo sua presença ubíqua em praticamente todas as culturas. Os registros históricos apresentam ampla variabilidade de substâncias que em dado momento eram classificadas como o perigo social da época e que em outro se tornavam banalizadas ou tipificadas como inofensivas. Assim, esse estudo teve como objetivo analisar como dispositivo droga que se consolida em diferentes períodos históricos. Para isso, foram coletadas 4.227 matérias dos jornais Folha da Manhã, Folha da Noite e Folha de São Paulo, que abordassem questões relativas ao álcool (década de 1920), maconha (décadas de 1930 a 1960) e crack (década de 1980 a 2005) e realizada Análise Temática de Conteúdo. Os resultados permitem afirmar que a característica central que define todas as substâncias analisadas nos distintos momentos históricos é o risco social que ela apresenta. A droga se constitui como um risco aos usuários ao mesmo tempo que os institui enquanto uma figura de ameaça social. Ao se referenciar uma substância como uma droga, são ativados sentidos que remetem a um quadro de decadência e criminalidade.
RESUMEN. Las drogas se consolidan como uno de los arquetipos culturales predominantes en la vida cotidiana de las sociedades urbanas, y su presencia ubicua en prácticamente todas las culturas. Los registros históricos muestran una amplia variabilidad de sustancias que en un momento se clasificaron como el peligro social de la época y en otro momento se trivializaron o tipificaron como inofensivas. Así que este estudio tuvo como objetivo analizar cómo diferentes sustancias psicoactivas se encuentran en la prensa como un riesgo social en diferentes momentos. Para ello, se recogieron 4.227 artículos del periódico Folha da Manhã, Folha da Noite y Folha de São Paulo, que abordasen temas relacionados con el alcohol (1920), marihuana (1930 a 1960) y el crack (1980 a 2005) y se realizó un Análisis Temático de Contenido. Los resultados muestran que la característica definitoria de todas las drogas examinadas en los diferentes momentos históricos es el riesgo social que presenta. La droga se constituye como un riesgo para los usuarios mientras los establece como una figura de amenaza social. Al hacer referencia a una sustancia como droga, se activan sentidos que conducen a un marco de decadencia y criminalidad.
ABSTRACT Drugs are one of the predominant cultural archetypes in the daily life of urban societies, and their ubiquitous presence in almost all cultures. Historical records show a wide variability of substances that at one point were classified as the social danger of the time and at another time trivialized or typified as harmless. Thus, this study aimed to analyze how different psychoactive substances are constituted in the press as a social risk at different times. For this, we collected 4,227 articles of newspapers Folha da Manhã, Folha da Noite and Folha de São Paulo, that addressed issues related to alcohol (1920), marijuana (1930s to 1960) and crack (1980s to 2005) and performed a Thematic Content Analysis. The results indicate that the central defining characteristic of all drugs examined in the different historical moments is the social risk it has. The drug is constituted as a risk to users while establishing them as a figure of social threat. When referring a substance as a drug, senses are activated that denote to a situation of decadence and crime.

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