Sequelas em crianças nascidas com microcefalia associadas à infecção congênita pelo zika vírus: avaliação clínica na atenção básica
Children born with microcephaly associated with zika virus infection: clinical evaluation in primary care
Secuelas en niños con microcefalia asociada a infección congénita por el virus de zika: evaluación clínica en atención primaria

Rev. baiana saúde pública; 44 (2), 2020
Publication year: 2020

Na epidemia de arbovírus, ocorrida em 2016 no Brasil, verificou-se que a ocorrência da infecção pelo Zika vírus na gravidez tinha relação com o nascimento de crianças com microcefalia. O objetivo deste estudo foi verificar como foram realizadas as avaliações clínicas multiprofissionais em crianças com microcefalia associadas à infecção por Zika vírus na atenção básica. Trata-se de um estudo descritivo, documental, de dois casos de crianças nascidas com essa anomalia, filhos de mães que tiveram sorologia positiva para viremia durante a gestação, no estado do Ceará, Nordeste do Brasil. A coleta de informações foi efetuada em 2017 por meio de anotações de prontuários realizadas por uma equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Os resultados foram apresentados em quadros sinópticos, divididos em informações sobre os cuidados de pré-natal da progenitora e dos neonatos pela equipe multiprofissional. Os resultados demonstraram que as mães tiveram Zika vírus por confirmação laboratorial. As crianças apresentaram deformidades anatômicas cerebrais compatíveis com o diagnóstico de microcefalia. A anomalia ocasionou sequelas neuropsicomotoras, que interferiram no aleitamento materno, percepção visual e auditiva, comprometendo o crescimento normal dos recém-nascidos. Concluiu-se que as falhas no acompanhamento pré-natal das progenitoras podem ter interferido no desfecho do parto, acarretando consequências para o período neonatal dos bebês avaliados.
In the 2016 arbovirus epidemic in Brazil, studies found that the occurrence of Zika virus infection during pregnancy was associated with the birth of children with microcephaly. This study sought to verify how multidisciplinary clinical evaluations were performed in children born with microcephaly associated with Zika virus infection in Primary Care. This is a descriptive, documentary study of two cases of children born with this anomaly, whose mothers had positive serology for viremia during pregnancy, in the state of Ceará, Northeast Brazil. Information was collected in 2017 by means of medical records made by a team from the Family Health Support Center. The results were presented in synoptic tables, divided into information about prenatal care of the mother and neonates by the multidisciplinary team. Results showed that the mothers had Zika virus by laboratory confirmation. The children presented brain anatomical deformities compatible with the diagnosis of microcephaly. The anomaly caused neuropsychomotor sequelae, which interfered with breastfeeding, visual and auditory perception, compromising the newborns’ normal growth. In conclusion, failures in the prenatal care of the mothers may have interfered with the birth outcome, leading to consequences for the neonatal period of the babies evaluated.
En la epidemia de arbovirus ocurrida en 2016 en Brasil, se encontró la relación entre la infección por el virus del Zika en el embarazo y el nacimiento de niños con microcefalia. Este estudio tuvo como objetivo verificar cómo se realizaban las evaluaciones clínicas multiprofesionales en niños con microcefalia asociada a la infección por el virus del Zika en Atención Primaria. Se trata de un estudio descriptivo, documental, de dos casos de niños nacidos con esta anomalía, hijos de madres que tuvieron serología positiva para viremia durante el embarazo, en el estado de Ceará, Nordeste de Brasil. La recolección de datos se realizó en 2017 mediante la historia clínica descrita por un equipo del Centro de Apoyo a la Salud de la Familia. Los resultados fueron presentados por el equipo multiprofesional en tablas sinópticas, divididas en información sobre el cuidado prenatal de la madre y de los recién nacidos. Los resultados demostraron que las madres tuvieron el virus del Zika confirmado por los análisis de laboratorio. Los niños presentaban deformidades anatómicas cerebrales compatibles con el diagnóstico de microcefalia. La anomalía provocó secuelas neuropsicomotoras, que interfirieron en la lactancia materna, la percepción visual y auditiva, comprometiendo el crecimiento normal de los recién nacidos. Se concluyó que las fallas en el seguimiento prenatal de las madres pueden haber interferido en el resultado del parto, provocando consecuencias para el período neonatal de los bebés evaluados.

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