Treinamento muscular respiratório em lesão inalatória: relato de caso
Respiratory muscle training in inhalation injury: case report

Rev. bras. Queimaduras; 8 (3), 2009
Publication year: 2009

Introdução:

A lesão inalatória é hoje a principal causa de morte nos pacientes queimados. O tempo prolongado de ventilação mecânica leva a fraqueza muscular respiratória.

Objetivo:

Analisar um protocolo de treinamento muscular respiratório na lesão inalatória.

Relato do Caso:

Paciente HF, 76 anos, vítima de queimadura após incêndio ocorrido no seu domicílio. Encaminhada ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Limeira, inconsciente, intubada, com queimadura de segundo grau profunda, em face, região anterior do pescoço, ombro, antebraço e mão direita, perfazendo 6% de superfície corporal queimada e lesão inalatória. Evoluiu com piora do quadro respiratório, foi traqueostomizada e, em decorrência do tempo de ventilação mecânica, a paciente apresentou fraqueza muscular respiratória, iniciando treinamento muscular por meio de protocolo composto por aumento progressivo do tempo de respiração espontânea, alternado com o suporte ventilatório. O treinamento seguiu por sete dias, com melhora da força da musculatura respiratória, seguido por decanulação da traqueostomia e retorno da função respiratória. Após 36 dias de internação, a paciente recebeu alta hospitalar.

Conclusão:

O protocolo proposto mostrou-se eficaz, pois conseguiu obter melhora da força muscular respiratória, possibilitando retorno da paciente à respiração espontânea mais precocemente, diminuindo assim o risco de maiores complicações respiratórias associada à ventilação mecânica.

Introduction:

Inhalation injury is the leading cause of death in burn patients. The prolonged mechanical ventilation leads to respiratory muscle weakness.

Objective:

To analyze a protocol of respiratory muscle training in inhalation injury.

Case Report:

Patient HF, 76 years, a victim of burn after fire at his home. Referred to the Hospital Santa Casa de Limeira, unconscious, intubated, with second-degree burn deep in the face, anterior neck, shoulder, forearm and right hand, making up 6% body surface burn and inhalation injury. Evolved with worsening of respiratory symptoms was due to tracheotomy and mechanical ventilation time the patient developed respiratory muscle weakness, starting with the muscle training protocol consisting of progressively increasing the time of spontaneous breathing, alternating with ventilatory support. The training followed by seven days with improvement in respiratory muscle strength, followed by decannulation of tracheostomy and return of respiratory function, and after 36 days of hospitalization he was discharged.

Conclusion:

The proposed protocol was effective because it has achieved an improvement in respiratory muscle strength, returning the patient to spontaneous breathing earlier, thus reducing the risk of major respiratory complications associated with mechanical ventilation.

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