Diagn. tratamento; 21 (3), 2016
Publication year: 2016
Contexto:
A artrite gotosa ou gota, como é popularmente conhecida, é uma doença metabólica, associada a quantidades anormais de urato no organismo e que geralmente se manifesta como uma artrite monoarticular de início agudo, tipicamente noturna, e com frequência envolvendo a primeira articulação metatarsofalangeana, podendo, posteriormente, evoluir para uma artrite deformante crônica. Descrição
do caso:
Paciente de 59 anos com dor no joelho há dois anos, que piora com a flexão e melhora com a extensão do membro, sem alterações de intensidade desde que começou. Discussão:
Há inúmeras lesões que podem mimetizar um quadro clínico de gota, tais como a artrite séptica, osteomielite, artrite reumatoide e pseudogota (doença por deposição de pirofosfato de cálcio). O tofo gotoso, quando se apresenta
como massa, pode ser de difícil diagnóstico, pois pode mimetizar várias patologias, como sarcomas, infecções, tumor de células gigantes da bainha tendínea e sinovite vilonodular pigmentada. A lesão sarcomatosa, análoga à gota, também pode estar localizada adjacente à articulação, ao tendão ou a bursa. A presença de calcificação também é um achado comum entre as duas entidades, sendo descrita em
30% dos casos de sarcoma. O método padrão-ouro para estabelecer o diagnóstico de gota é a identificação dos cristais de urato no fluido aspirado ou no tofo gotoso. Conclusão:
Pacientes com achados de imagem inespecíficos, sem histórico prévio patológico de gota e com forte suspeita de malignidade precisam de diagnóstico preciso e rápido, podendo ser proporcionado pela biópsia guiada pela tomografia computadorizada ou pelo ultrassom, além da biópsia incisional.