Rev. Ciênc. Méd. Biol. (Impr.); 21 (1), 2022
Publication year: 2022
Introdução:
cerca de quatro bilhões de pessoas residem em áreas com risco de dengue, uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) (Insecta, Diptera, Culicidae). Na tentativa de combater esse vetor e reduzir a disseminação da dengue, o meio de controle vetorial frequentemente utilizado são os inseticidas. Entretanto, o uso indiscriminado destes no controle do mosquito está relacionado aos mecanismos de resistência desse vetor. Objetivo:
mapear as evidências científicas relacionadas à resistência do mosquito A. aegypti aos inseticidas utilizados para o controle populacional. Metodologia:
revisão de escopo, segundo metodologia Instituto Joana Briggs, em bases de dados indexadas: PubMed, Embase, CINAHL, Web of Science, SCOPUS e Biblioteca Virtual em Saúde. Através do mnemônico PCC (população, conceito e contexto), elaborou-se a estratégia de busca utilizando descritores do Decs e Mesh. Resultados:
foram encontrados 1.631 estudos sobre a temática. Após critérios de elegibilidade e seleção, foram incluídos 30 estudos específicos sobre resistência do Aedes aegypti a inseticidas foram incluídos na revisão. A maior parte tratou de forma experimental e 28 (93,3%) estudos trabalharam o controle químico. Em relação à resistência a inseticidas, em 20 estudos (66,6%) constatou-se resistência metabólica e em 9 (30%) a resistência mediada pela alteração da variabilidade genética. Os estudos que observaram mutação não deixam claro se a mutação gênica é especificamente devido à ação mutagênica aos inseticidas. Conclusões:
o A. aegypti desenvolve adaptações que lhe conferem resistência aos inseticidas, sendo que esses mecanismos de resistência estão relacionados à variabilidade genética e a adaptações metabólicas, que são transmitidas a seus descendentes ao longo das gerações. Assim, torna-se necessário um avanço nos estudos visando não apenas identificar e explicar os mecanismos de resistência, mas encontrar meios alternativos de manejo que possam controlar o inseto sem ocasionar resistência aos mesmos.
Introduction:
about four billion people live in areas at risk of dengue, an arbovirus transmitted by the Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) (Insecta, Diptera, Culicidae). To combat this vector and reduce the spread of dengue, the means of vector control often used are insecticides. However, their indiscriminate use in mosquito control is related to the resistance mechanisms of this vector. Objective:
to map the scientific evidence related to the resistance of the Aedes aegypti mosquito to the insecticides used to control dengue. Methodology:
scope review, according to the Joana Briggs Institute methodology, in indexed databases: PubMed, Embase, CINAHL, Web of Science, SCOPUS and Virtual Health Library. Using the mnemonic PCC (population, concept and context), a search strategy was developed using Decs and Mesh descriptors. Results:
1,631 studies on the subject were found. After eligibility and selection criteria, 30 specific studies on Aedes aegypti resistance to insecticide were included in the review . Most treated experimentally and 28 (93.3%) studies worked on chemical control. Regarding the resistance to insecticide, in 20 studies (66.6%) there was found metabolic resistance and in 9 (30%) resistance mediated by modification on the genetic variability. Studies that have looked at mutation do not make it clear whether the gene mutation is specifically due to mutagenic action of insecticides. Conclusions:
Aedes aegypti develops adaptations that gives them resistance to insecticides, and these resistance mechanisms are related to genetic variability and to metabolic adaptations, which are transmitted to its descendants over generations. Thus, it is necessary to perform advance in studies aiming not only to identify and explain the resistance mechanisms, but to find alternative means of management that can control the insect without causing resistance to them.