Intervenção de saúde positiva em graduação de medicina
Positive health intervention in medical graduation

HU Rev. (Online); 44 (4), 2018
Publication year: 2018

Introdução:

A prevalência de transtornos mentais em estudantes de medicina é globalmente alta e esse grupo tende a ter estratégias de enfrentamento mais perigosas. Revisões sistemáticas trouxeram suporte científico para a realização de intervenções que visam melhorar o bem-estar e a saúde mental dos estudantes de medicina. O presente artigo traz a análise dos relatos fornecidos pelos estudantes de medicina da Universidade Federal de Pernambuco que participaram de um treinamento emocional baseado na psicologia positiva, uma área da psicologia fundada na década de noventa que visa estudar o bem-estar e as potencialidades humanas, afim de ampliar a avaliação da intervenção.

Relato da experiência:

Inicialmente, os alunos se apresentaram surpresos em relação à abordagem nova. A surpresa se deveu à dinâmica em si, mas também ao fato de desconhecerem a psiquiatria positiva e a psicologia positiva, abordagens que visam o estudo e a promoção da saúde mental positiva por meio de fatores vinculados ao bem-estar. Antes da intervenção, cerca de 32,3% dos estudantes tinham escore de risco para transtornos mentais comuns, conforme aferição realizada pela escala Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). E, apesar da estranheza inicial, tanto os que estavam com alguma condição psiquiátrica, quanto os que não estavam, sentiram benefício direto da intervenção que focou na saúde mental positiva.

Conclusão:

A análise dos relatos dos estudantes de medicina da Universidade Federal de Pernambuco que receberam uma intervenção focada em estimular aspectos da saúde mental positiva por meio da psicologia positiva complementa o entendimento dos resultados quantitativos encontrados em publicação prévia. Tanto os alunos que estavam com alguma condição psiquiátrica no momento da intervenção, quanto os que não estavam, sentiram benefício direto da intervenção que focou na saúde mental positiva. Houve também percepção de que a intervenção influenciou positivamente a formação médica deles e não somente a saúde mental.

Introduction:

The prevalence of mental disorders in medical students is globally high and this group tends to have more dangerous coping strategies. Systematic reviews have provided scientific support for interventions aimed at improving the well-being and mental health of medical students. This article presents the analysis of the reports provided by the medical students of the Federal University of Pernambuco who participated in an emotional training based on positive psychology, an area of psychology founded in the nineties that aims to study human well-being and potentialities, in order to extend the evaluation of the intervention.

Experience report:

Initially, students were surprised at the new approach. The surprise was due to the dynamics themselves, but also to the fact that they are unaware of positive psychiatry and positive psychology, approaches aimed at the study and promotion of positive mental health through factors linked to well-being. Before the intervention, about 32.3% of the students had a risk score for common mental disorders, as measured by the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). And despite this initial strangeness, both those with some psychiatric condition and those who were not felt direct benefit from the intervention that focused on positive mental health. There was also a perception that the intervention positively influenced their medical education and not only their own mental health, with the wish that the training had taken place before the course.

Conclusion:

The analysis of the reports of medical students from the Federal University of Pernambuco who received an intervention focused on stimulating aspects of positive mental health through positive psychology complement the understanding of the quantitative results found in a previous publication. Both students who were in some psychiatric condition at the time of the intervention, as well as those who were not, felt direct benefit from the intervention that focused on positive mental health. There was also a perception that the intervention positively influenced their medical education and not just their own mental health.

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