Tendência temporal da morbimortalidade por agressões interpessoais no estado de Sergipe, Brasil, 2008 a 2017
Time trends in morbidity and mortality by interpersonal violence in the state of Sergipe, Brazil, from 2008 to 2017
Tendencia temporal de la morbimortalidad por agresiones interpersonales en el estado de Sergipe, Brasil, de 2008 a 2017
Rev. baiana saúde pública; 44 (3), 2020
Publication year: 2020
A violência interpessoal é um importante problema de saúde pública atualmente, sendo causa de grande morbidade e mortalidade. Este estudo tem como objetivo avaliar a tendência temporal das taxas de internações hospitalares por violência interpessoal e por homicídios no estado de Sergipe, de 2008 a 2017. Trata-se de uma série temporal, com dados secundários do Sistema de Informação sobre Mortalidade e do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, de 2008 a 2017, referentes à violência interpessoal e homicídios no estado de Sergipe. Foi calculada a annual percentage change (APC) e as tendências foram consideradas estacionárias quando o coeficiente de regressão não foi significativamente diferente de zero (p > 0,05). Foram registrados 3.215 internamentos por violência interpessoal e 9.640 homicídios no estado. A violência interpessoal predominou nos homens, tanto nos internamentos (89,9%) como nos óbitos (94,1%). Entre 20 e 29 anos houve a maior proporção dos internamentos (38,9%) e óbitos (39,8%). Houve tendência crescente das taxas de internamento por violência interpessoal (APC = 13,2) e da taxa de homicídios (APC = 10,5). A taxa de mortalidade por armas de fogo tem apresentado tendência de crescimento (APC = 13,9), enquanto a por armas brancas e a por outros meios têm apresentado tendência estacionária. A violência em Sergipe tem sido uma preocupante causa de mortalidade e morbidade hospitalar, mostrando-se um problema de saúde relacionado a causas sociais e culturais, o que exige uma abordagem complexa e intersetorial para que os impactos possam ser observados ao longo dos próximos anos.
Interpersonal violence is major current public health issue, causing great morbidity and mortality. Hence, this study evaluates the time trends of admission rates due to interpersonal violence and homicides in the state of Sergipe, Brazil, from 2008 to 2017. This time series uses secondary data available in the Mortality Information System and the SUS Hospital Information System, from 2008 to 2017, regarding interpersonal violence and homicides in Sergipe. The Annual Percentage Change (APC) was calculated, and trends were considered stationary when the regression coefficient was not significantly different from zero (p > 0.05). Sergipe recorded 3215 hospitalizations due to interpersonal violence and 9640 homicides. Men showed the highest rate of interpersonal violence, both in hospitalizations (89.9%) and deaths (94.1%). Most inpatients (38.9%) and deaths (39.8%) were between 20 and 29 years of age. Results point to an increased trend for admissions due to interpersonal violence (APC = 13.2) and for homicide rates (APC = 10.5). Firearm mortality rate shows a growing trend (APC = 13.9), while cold arms and other means present a stationary trend. Violence in Sergipe has been a major cause of mortality and morbidity, proving to be a health issue related to social and cultural causes, requiring a complex and cross-sectoral approach so its impacts can be monitored over the next few years.
La violencia interpersonal es un grave problema de salud pública en la actualidad, y la causa de gran morbilidad y mortalidad. Este estudio tiene el objetivo de evaluar la tendencia temporal de las tasas de hospitalizaciones por violencia interpersonal y de homicidios en el estado de Sergipe (Brasil), de 2008 a 2017. Esta es una serie temporal, con datos secundarios del Sistema de Información de Mortalidad y del Sistema de Información del Hospital del Sistema Único de Salud, de 2008 a 2017, sobre la violencia interpersonal y los homicidios en el estado de Sergipe. Se calculó el annual percentage change (APC) y las tendencias se consideraron estacionarias cuando el coeficiente de regresión no fue significativamente diferente de cero (p > 0,05). Se registraron 3.215 hospitalizaciones por violencia interpersonal y 9.640 homicidios en Sergipe. La violencia interpersonal predominó en los hombres, tanto en las hospitalizaciones (89,9%) como en los óbitos (94,1%). Entre los 20 y 29 años hubo la mayor proporción de las hospitalizaciones (38,9%) y óbitos (39,8%). Se observó una tendencia creciente de las tasas de hospitalización por violencia interpersonal (APC = 13,2), y de la tasa de homicidios (APC = 10,5). La tasa de mortalidad por armas de fuego mostró una tendencia al crecimiento (APC = 13,9), mientras que las por armas blancas y otros medios presentaron tendencia estacionaria. La violencia en Sergipe es una importante causa de mortalidad y morbilidad hospitalaria, y un grave problema de salud con causas sociales y culturales, lo que requiere un abordaje complejo e intersectorial para que los impactos puedan ser observados a lo largo de los próximos años.