Rev. saúde pública; 48 (1), 2014
Publication year: 2014
OBJETIVO:
Comparar a eficiência e a acurácia de delineamentos de
amostragem com e sem sorteio intradomiciliar em inquéritos de saúde.
MÉTODOS:
Com base nos dados de um inquérito realizado na Baixada
Santista, SP, entre 2006 e 2007, foram retiradas 1.000 amostras sob cada um
dos delineamentos e, em cada amostra, foram obtidas estimativas para pessoas
de 18 a 59 anos de idade e de 18 anos e mais. Sob o primeiro, foram sorteados
40 setores censitários, 12 domicílios por setor e uma pessoa por domicílio. Na
análise, os dados foram ponderados pelo número de adultos residentes nos
domicílios. Sob o segundo, foram sorteados 40 setores, seis domicílios por
setor para o grupo de 18 a 59 anos de idade e cinco ou seis domicílios para o
grupo de 18 anos e mais. Não houve sorteio dentro do domicílio. Medidas de
precisão e de vício das estimativas de proporção para 11 indicadores foram
calculadas nos dois conjuntos finais das amostras selecionadas para os dois
tipos de delineamentos. Estes foram comparados por meio das medidas
relativas:
coeficiente de variação, razão vício/média, razão vício/erro padrão
e erro quadrático médio relativo. O custo foi comparado considerando custo
básico por pessoa, custo por domicílio e números de pessoas e domicílios.
RESULTADOS:
Os vícios mostraram-se desprezíveis nos dois delineamentos.
A precisão foi maior para o delineamento sem sorteio e o custo foi menor.
CONCLUSÕES:
O delineamento sem sorteio intradomicilar mostrou-se
superior em termos de eficiência e acurácia, devendo ser a opção preferencial
do pesquisador. O sorteio de moradores deve ser adotado quando houver
razões referentes ao objeto de estudo que possam levar à introdução de vícios
nas respostas dos entrevistados no caso de vários moradores responderem
ao questionário proposto.