Rev. Assoc. Méd. Rio Gd. do Sul; 65 (3), 2021
Publication year: 2021
RESUMO
Introdução:
De 1980 até junho de 2018, no Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, existiam aproximadamente 926,742 casos de aids notificados. A aids ainda é considerada epidêmica e sem cura, por vezes, fatal. Entretanto, há estratégias quimioprofiláticas
que objetivam a diminuição da morbidade e mortalidade associadas a aids. A profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP) é eficaz quando
utilizada de acordo com protocolo clínico, podendo evitar a infecção viral e, consequentemente, o desenvolvimento da doença, sendo, portanto, estratégia custo-efetiva. Este estudo teve como objetivo verificar a frequência da utilização da profilaxia pós-exposição
(PEP) ao HIV na população do Sul de Santa Catarina. Métodos:
Estudo transversal em que foram analisados formulários de dispensação de medicamentos da PEP, fichas de notificação compulsória e de acompanhamento dos pacientes atendidos no Centro de
Atendimento Especializado em Saúde (CAES), entre janeiro/2015 e dezembro/2017. Resultados:
Totalizaram 127 registros de uso
da PEP. Houve predomínio de mulheres (60,6%), média de idade de 31,9 anos e relação sexual desprotegida como forma de exposição
mais prevalente. Constatou-se a utilização de 10 esquemas antirretrovirais distintos. Apenas 11,8% realizaram o acompanhamento
com teste anti-HIV após três meses do início do uso da PEP, e não houve caso de soroconversão entre estes. Conclusão:
Apesar da
tecnologia de profilaxia pós-exposição ao HIV ser efetiva, torna-se importante a adesão ao esquema prescrito e acompanhamento de
sua efetividade por realização de testes sorológicos.
PALAVRA-CHAVE: HIV, síndrome da imunodeficiência adquirida, profilaxia pré-exposição, terapia antirretroviral de alta atividade
ABSTRACT
Introduction:
From 1980 to June 2018 in Brazil, according to data from the Ministry of Health, there were approximately 926,742 notified AIDS
cases. AIDS is still considered epidemic and incurable, sometimes fatal. However, there are chemoprophylactic strategies that aim to reduce the morbidity and
mortality associated with AIDS. Post-exposure HIV prophylaxis (PEP) is effective when used in accordance with clinical protocol, and it can prevent viral
infection and thus the development of the disease, being, therefore, a cost-effective strategy. This study aimed to verify the frequency of use of post-exposure
HIV prophylaxis in the population of southern Santa Catarina. Methods:
A cross-sectional study in which forms for dispensing PEP medications,
compulsory notification sheets, and follow-up forms for patients treated at the Specialized Health Care Center (CAES) between January/2015 and December/2017 were analyzed. Results:
A total of 127 records of PEP use. There was a predominance of women (60.6%), mean age of 31.9 years, and
unprotected sexual intercourse as the most prevalent form of exposure. The use of 10 different antiretroviral regimens was found. Only 11.8% underwent
follow-up with an anti-HIV test three months after the start of PEP use, and there was no case of seroconversion among them. Conclusion:
Although
HIV post-exposure prophylaxis technology is effective, it is important to adhere to the prescribed regimen and monitor its effectiveness by performing serological tests.
KEYWORDS:
HIV, acquired immunodeficiency syndrome, post-exposure prophylaxis, highly active antiretroviral therapy