Hipertensão arterial: Adesão ao tratamento
Arterial Hypertension: Treatment Adherence

Revista Brasileira de Hipertensão; 27 (1), 2020
Publication year: 2020

A hipertensão arterial, patologia que atinge 32,5% dos brasileiros adultos e mais que 60% da população de idosos, tem contribuição direta ou indiretamente em 50% das mortes por doenças cardiovasculares. Na atualidade existe a disponibilidade de vários medicamentos anti-hipertensivos que são bem tolerados, apresentando comprovado nível de potência e motivo de estudos e meta-análises que mostram importante ação na redução do risco de eventos cardiovasculares. Não obstante esses conhecimentos apenas 59% recebem tratamento regular e só aproximadamente 31% a 34% desses se encontram com a pressão arterial nas metas de controle recomendadas nas diretrizes. A falta de controle pressórico na maioria dos casos está correlacionada a uma reduzida adesão ao tratamento farmacológico e menor ainda ao não farmacológico. A adesão ao tratamento definida como o grau de cumprimento das medidas terapêuticas indicadas para manter o controle da pressão arterial, deve sempre contemplar a vontade participativa do cada indivíduo. Os fatores implicados na adesão ao tratamento apresentam inúmeras variáveis associadas à característica da doença, relação médico-paciente, esquemas terapêuticos complexos, efeitos indesejáveis dos medicamentos e aspectos socioeconômicos, assim, diversas estratégias podem resultar em aumento da adesão ao tratamento. Além das medidas tradicionais, podem elevar a adesão uma postura mais humana e atenciosa por parte do médico, a identificação das características da população assistida, a individualização das recomendações a cada paciente e, se possível, adotar um acompanhamento com uma equipe multidisciplinar (AU)
Arterial hypertension, a condition that affects 32.5% of adult Brazilians and more than 60% of the elderly population, directly or indirectly contributing to 50% of deaths from cardiovascular diseases. Currently, there are several anti-hypertensive drugs available that are well tolerated, with a proven level of potency and reason for studies and meta-analyzes that show an important action in reducing the risk of cardiovascular events. Despite this knowledge, only 59% receive regular treatment and only approximately 31% to 34% of them have blood pressure in the control goals recommended in the guidelines. The lack of pressure control in most cases is correlated with reduced adherence to pharmacological treatment and even less to non-pharmacological treatment. Adherence to treatment, defined as the degree of compliance with the therapeutic measures indicated to maintain blood pressure control, must always contemplate the participatory will of each individual. The factors involved in adherence to treatment have numerous variables associated with the characteristic of the disease, doctor-patient relationship, complex therapeutic regimens, undesirable effects of medications and socioeconomic aspects, thus, several strategies can result to increase adherence to treatment. In addition to traditional measures, a more humane and caring attitude from the doctor can increase adherence, identification of the characteristics of the assisted population, individualization of recommendations to each patient and, if possible, adopting a follow-up with a multidisciplinary team can increase compliance. (AU)

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